UM JOÃO CHAMADO D. ORANI

Pelas vezes que pude presenciar seu incansável trabalho, convenci-me do quanto este homem-anjo se predispunha a difícil e árdua tarefa de convencimento pela pregação da palavra cristã.

Homem de incontestável poder oratório. Acompanhei fiéis a fitá-lo não só como um representante clerical, mas como um cidadão de grande envergadura moral para sinalizar através de sua doce prelação reflexões sobre os valores morais adormecidos na vida comum de homens de boa vontade.

Até onde me lembro a comunidade católica, o era apenas pela necessidade de expressão religiosa, ou preencher cadastros civis e situá-los na escolha dos cerimoniais nos ritos do batismo,matrimônio e fúnebres.

A tempo não se via um arcebispo tão próximo ao povo de Deus , tão popular. Sim, pois não são só os políticos que precisam ir ao povo para lhes conquistar a crença de que tudo pode mudar desde que se olhe para dentro de si , e consequentemente, o entorno virá até nós em auxílio ou simplesmente pelo piedoso prazer de congregar-se à fé ciristã.

Todavia não fazendo parte desta comunidade católica, fui imbuída pelo imenso propósito de vê-lo pregar. A cada presença sua às festvidades párocas, sei pelas que participei, quão é elevado ser na humildade, na boa vontade e sabedoria na forma de uso da palavra. Por certo um comunicador nato da palavra de Deus.

O Pará todo comoveu-se com sua partida. Foi talvez , o representante arquediocesiano mais envolvente no domínio com a palavra, que com certeza já tivemos em nosso Estado.

Ao mesmo tempo, que pregava sua homilia, convencia-nos de nossa importância para igreja, sem os fiéis o que seria da religiosidade como sentimento humano que sustenta a fé. Ficou visível aos olhos de quem o acompanhou nessa trajetória na metrópole da Amazônia , os incontáveis fiéis que retornaram às igrejas, participando mais ativamente da vida cristã em suas comunidades. Desde aos mais humildes devotos aos de posição social mais elevada.

Via-se nas missas , festejos paroquiais, o retorno daqueles que haviam por motivo talvez óbvios da verdadeira prelação da palavra do Cristo, que os tempos se faziam outros e que estava valendo a pena diante tanto sofrimento que a humanidade vem enfrentando pela indolência de mentes nefastas se reconduzir as comunidades católicas, voltar a ser adepto da fé cristã.

Congregar-se, portanto ,com espírito de homens de boa vontade, reestabelecendo assim, a esperança de reeguer-se uma

Igreja mais próxima de seu povo, numa linguagem simples, esgueirando a rusticidade cabocla , mas sábia. D. Orani João Tempesta deixou seu legado nas escrituras das mentes paraenses , e a certeza de que esteve em nosso convívio efêmero um verdadeiro Homem de Deus.