AMIGO SECRETO SEM SEGREDO (Há outra "brincadeira", porém, em que ninguém pode revelar segredos )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Nos últimos dias do ano letivo, faz-se o famigerado "amigo secreto", parente da "vaquinha", entre os professores e servidores da unidade escolar em geral. São pessoas profissionais, éticas e discretas, pelo menos teoricamente, se não, a brincadeira não terá graça. Contudo, observei que as características dessa brincadeira se parecem muito com a vida real; serei incapaz de afirmar se a brincadeira inspira a vida real ou a vida real inspira a brincadeira!

A palavra “secreto” significa: 1.Que não se pode, ou só a custo se pode descobrir, encontrar ou localizar; escondido, ignorado, oculto; 5.Ant. Segredo. (Dic. Aurélio). Revelar segredos pode em tempo de “amigo secreto”. Há outra "brincadeira", porém, em que ninguém pode revelar segredos, é a vida real. O que mostramos que sabemos do outro parece nos fazer maior, mas é engano. Você domina seu adversário por ameaçá-lo a contar os seus segredos quando na verdade já os revelou aos “melhores amigos” e, estes por sua vez, aos seus melhores amigos também, que não somos nós, mas outros que terão outros nas mãos.

Hoje, as linhas da guerra fria, num ambiente de trabalho, estão sendo traçadas no terreno da noticialização maldosa. Quase ninguém guarda confidências, mas as usa sempre que elas falem a seu favor. Há no mundo, ao nosso redor, um movimento no sentido da fabricação de fofoqueiros. Então, quando um mexeriqueiro diz ao outro que eu fiz isso ou aquilo, sou isso ou aquilo, penso que o mexeriqueiro está ainda tentando me rebaixar, então, fica confirmado que estou um pouco à sua frente ou é como escreveu William Shakespeare: "Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre". Porém digo, ainda que haja uma contradição, uma confusão ou um inferno nessa situação, o fofoqueiro tem uma visão obtusa e só vê quem está à sua frente, e não deseja superar ninguém, se não perderia o objeto de observação, e ele não teria mais nada para falar da vida, pois desconhece a beleza dos verdadeiros segredos da vida. Dissemina picuinhas apenas, pois sua “burrice” (enviseirado) o impede de reter conhecimentos maiores.

O Dr. Taylor parafraseando II Cr 10:12 diz: “Oh, não se aflija, eu não ousaria dizer que sou tão maravilhoso como esses outros homens que dizem quão bons são eles! O seu problema é que eles se estão comparando uns com os outros, e medindo-se a si mesmos por suas próprias ideias insignificantes. Que estupidez!”

Os pobres de ideias e desafortunados de espírito têm sido arruinados cada vez mais por haver perdido de vista os verdadeiros pontos de crescimento. Eles se têm medido entre si, e se comparado consigo mesmos. Sua ansiosa busca de honra e recompensa tem resultado em diminuída espiritualidade. As pessoas devem ter assuntos melhores para conversarem entre si, engrandecedores, sem saborearem as “fezes” do colega.