O soldado que não teve coragem de matar o inimigo

15 de julho de 1968, interior de Mato Grosso, um policial apreende um automóvel e multa seu condutor por dirigir de forma perigosa, algumas horas depois o policial é baleado. Seu filho com apenas 15 anos de idade foi o primeiro a socorrê-lo. O policial e seu filho não chegaram a ver o autor dos disparos. Somente no dia seguinte, através dos jornais fica-se sabendo que o autor dos disparos fora o pai do condutor do veículo que havia sido multado pelo policial, homem rico, major do exército e poderoso fazendeiro da região. 49 dias depois não resistindo aos ferimentos o policial morre.

Setembro de 1972, Campo Grande-MS, o Brasil em plena ditadura militar, um soldado do exército está em serviço - sentinela na casa do general, comandante da 9ªRM - com a arma em punho, anda pra lá e pra cá sobre a calçada, atento a todo movimento na avenida a sua frente. De repente, detém o olhar num carro do outro lado da avenida, uma coisa estranha apodera-se de sua mente, de seus pensamentos e como se alguém sussurrasse em seu ouvido: “Aquele carro vai contornar à próxima esquina, vai parar aqui na frente e de dentro vai descer o assassino do seu pai”.

O automóvel fez o contorno e estacionou em frente à residência oficial. Dois homens desceram do carro e um deles pediu para falar com o comandante. O soldado obedecendo às normas solicitou sua identificação. O homem estendeu sua identidade funcional – Major da reserva - José Alves Marcondes - o assassino. Nesse instante uma voz ordena: “Deixe-os entrar”, era o general.

Sou o soldado dessa incrível história que até eu duvido. Do momento em que avistei o carro e recebi a mensagem e as coincidências até o momento da identificação não tenho dúvidas, mas hoje passados 37 anos, me pergunto: será que olhei bem a identidade daquele homem?

Chiquinho
Enviado por Chiquinho em 02/06/2009
Reeditado em 09/06/2009
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