DEUS: UTOPIA OU REALIDADE?

Muitos questionam a existência de Deus, um ser invisível que a nossa mente e o nosso entendimento se quer são capazes de imaginar tão pouco se aproximar, a Bíblia diz: “E criou Deus o homem à sua imagem e semelhança; a imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gêneses, 1, 27) e a nossa mente viaja tentando imaginar a face desse Deus que se encontra além dos espaços físicos, por deveras longe para os descrentes e perto, bem perto do coração daqueles que o sentem.

O que fazer então para sentir esse Deus? O que fazer para acreditar naquilo que os nossos olhos sequer são capazes de enxergar? Como acreditar em um ser que não se vê? Que muitos dizem ser o início e o fim, o ontem e o hoje, o sempre? Os chamados ateus dizem não acreditar em Deus e dentro das suas teorias “lógicas” ou ilógicas, falam de um deus cruel o qual permite o sofrimento humano, catástrofes inimagináveis, a fome, a guerra, para estes ateus, tantas vezes tão contraditórios o que seria Deus? Um ser cruel que pune e é vingativo? Ou um ser que não pertence à existência e é fruto da imaginação de sonhadores? Muitos questionamentos e nenhuma resposta, nenhuma resposta? Será que não há respostas? Questionamos a existência de Deus, mas nunca paramos para contemplar o belo, nunca temos tempo, tomados em nossas tarefas diárias, nunca conseguimos tirar uma horinha do nosso atribulado dia-a-dia para contemplar a natureza, o universo, os seres vivos em geral, obras desse inimaginável criador, muitos não enxergam a beleza por trás das nuvens, as cores da natureza, o pôr-do-sol que faz os enamorados, mesmo que sejam os enamorados da vida sonharem. Será que já viram o arco-íris no céu em um desses dias em que a chuva se mescla com o sol? Já contemplaram a transformação de uma lagarta feia e asquerosa em uma linda e esplendorosa borboleta? Já conseguiram imaginar, se quer imaginar o início de todos esses fenômenos? O início do ser humano sem a existência de um ser superior? Frutos de uma explosão que gerou um imenso universo repleto de estrelas, planetas, asteróides, galáxias, muitas galáxias, muitas das quais o ser humano ainda não teve a capacidade de visitar? Explosão do universo? O que gerou então essa explosão? E se teve algo que a provocou, de onde surgiu esse algo? O ser humano veio do macaco? E de onde veio o macaco? E se viemos do macaco porque ainda existem macacos que não falam e não se transformaram ainda em seres humanos? Já presenciaram algo que não teve um início? Já viram algo surgir do nada? Não, porque nada vem do nada, tudo tem um início, tudo foi transformado e criado a partir de algo ou alguém.

Caminhando pelas esquinas da vida percebemos pais brincando com os filhos, mães que cuidam com amor e devoção dos seus filhos, relações afetivas de famílias, de amigos, laços que se constroem ao longo da vida. Choramos a morte dos nossos entes queridos e sentimos a dor de uma ferida aberta que o tempo nunca cicatriza porque é imensamente difícil curar as feridas deixadas pela morte, a separação eterna, será que a separação é eterna? O que seria desses laços, desse carinho, das relações afetivas, enfim, o que seria dos sentimentos se tudo terminasse com a morte? Se depois dela nada mais houvesse? Amamos os nossos pais, irmãos, amigos, filhos para vê-los se desfazerem da existência humana? Que sentido tem tudo isso sem a existência de um Deus? Não conseguimos encontrar respostas para isso, tampouco a ciência as conseguiu encontrar, porque a ciência já foi capaz de muitos avanços, avanços extraordinários, mas ainda não foi capaz de decifrar o invisível, de explicar o impossível, o que não tem explicação a não ser para aqueles que sentem Deus, na natureza, nas crianças, no ar, nas nuvens e dentro de si mesmas.

Muitos questionam a respeito dos sofrimentos: E as pessoas passando fome? E as catástrofes da natureza? Será que tudo isso é culpa de Deus ou do egoísmo e da incompreensão humana? O homem sim, esse ser que queima as matas, destruindo a camada de ozônio que protege o nosso planeta, que polui o ar que era para ser puro, garantindo a nossa sobrevivência, matando as florestas causando com isso as chamadas catástrofes da natureza. E as doenças? Será também que é culpa de um “deus inexistente” ou da má alimentação do homem, que consome gorduras, sal em demasia; a partir da infância o ser humano já se alimenta mal, e o sedentarismo? Este também é causa das muitas doenças que afligem o ser humano. E a fome no mundo? Os descrentes também fazem essa pergunta, mais a si mesmos do que para os outros, porque Deus permite que uma criança morra de fome? Deus fez um mundo maravilhoso, o sol é para todos, o que há na natureza: o mar, as flores, as árvores, tudo o que Deus criou, Ele o criou para todos de maneira igual, mas o homem em sua ganância, em sua sede de riqueza e poder não soube distribuir a riqueza uniformemente entre as nações, se as riquezas terrenas e o dinheiro fossem distribuídos igualmente entre os povos, ninguém morreria de fome, será que é em todo planeta que há fome? Não, em diversos países não existe o que as pessoas chamam de fome, em alguns países de primeiro mundo, ninguém passa fome, enfim, guerras? Fome? Catástrofes? Tudo é consequência do egoísmo humano e não de Deus, o homem, este sim, é o responsável pelos seus próprios sofrimentos, ele tem o livre arbítrio para decidir entre ser bom, ruim, egoísta ou generoso, somos responsáveis por nossas escolhas, viver bem é uma questão de opção.

Questiona-se a existência de Deus porque não se consegue ver a Deus, ninguém o conseguiu, então vêm as inúmeras perguntas. Questionam a existência do amor? Já duvidaram do amor dos filhos para com os pais? Do amor de uma mãe para com os filhos? Também não vemos o amor, ele não é visível a olhos humanos, podemos enxergá-lo dentro de nós, como diz Antoine de San’t Exupéry em sua magnífica obra, O Pequeno Príncipe: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”, o amor é essencial, não o vemos, o sentimos, portanto não se pode ver a Deus, a não ser que seja com os olhos do coração, porque Deus é essencial em nossas vidas, só quem o sente é quem tem a certeza de sua existência, somente quem enxerga o belo, quem valoriza o amor em sua plenitude é capaz de sentir Deus, pois Deus nada mais é do que amor personificado em nossos corações, Deus não é um sonho criado pela nossa mente, Ele não é utopia, Deus é a mais pura realidade.