O VALOR DO AMOR

Sempre temos a certeza de que o nosso amor é maior de que todos os outros amores vividos pelas outras pessoas – isso está relacionado com o nosso subconsciente que nos obriga a acreditar que temos esse poder de controlar, e nos proporcionar, o maior e o melhor de todos os amores. Portanto, relação de tamanho, certo? Errado. Quando se ama, não se ama mais ou se ama menos. Amamos no limite de nossa estima, por isso se faz necessário compreendermos que existe o valor do amor.

E o valor do amor não está ligado ao tamanho desse sentimento. Está sim, ligado ao apreço que damos a ele – o amor. Quando amamos, não amamos de forma plena, todo o tempo, em todos os momentos, mas, sim, amamos de acordo com a nossa necessidade de dar e receber carinho.

Por ser considerado, assim como os outros valores, algo não palpável – portanto, não concreto –, o seu valor está, justamente, na condição de que sua natureza é inexaurível, o que nos possibilita irmos, a cada vez que amamos, nos aprofundando no seu sentimento.

E, por ser assim, inesgotável, nem sempre compreendemos que ele não precisa de nossa vontade para nascer em nossos corações. Na verdade ele brota – na sua forma simples – espontaneamente, sem nos avisar, e vai, aos poucos, se desenvolvendo, independente, criando sua nobreza pura, até chegar à maturidade de que precisa para nos fazer entendê-lo melhor.

Apesar disso, na maioria das vezes – nós nos esquecemos do equilíbrio do universo – onde para cada ação há uma reação ou, no caso específico, para cada valor há um desvalor – e não reparamos que o valor do amor tem, na sua bilateralidade, o ódio como contrapartida.

Esse talvez seja o principal problema de não sabermos dar valor ao amor, pois atrelamos a ele a nocividade das impurezas e, o que é pior, não distinguimos mais o que é bom ou o que é ruim em sua essência.

Para dar valor ao amor basta seguirmos os exemplos mais simples de uma relação duradoura. Em todas elas, o respeito faz parte da caminhada, sendo um dos suportes de sua sustentabilidade, proporcionando ao casal um norte para suas emoções e evitando que caiam nas armadilhas que o outro lado – o da teoria da bilateralidade – teima em inserir na vida dos dois.

Ter sempre em mente que a nossa bússola, chamada confiança, nos ajuda a pôr em ordem o nosso caos emocional e que, através dela nós sempre conseguiremos discernir o certo do errado, o bom do ruim, o que é importante do que não é, enfim, lembrar que é através do respeito e da confiança que consolidaremos (ou não) o amor que habita em nós. E, a ele, daremos continuidade, de tal forma que haja fluidez em sua caminhada, com a liberdade que ele merece.

Afinal de contas, a liberdade é essencial para se dar valor ao amor. Quando o deixamos livre para crescer em nós, automaticamente estamos expulsando – lá de dentro – o poder de querer dominar o amor, ter o comando de suas ações, as rédeas do seu caminhar.

Ter ou exigir que o amor seja controlado é desconhecer, em sua totalidade, o que é o amor; é, simplesmente, não viver o valor do amor, no seu dia-a-dia, nas coisas simples, na troca de carinho e na amizade sincera, na cumplicidade dos momentos íntimos; é não cultivar cada planta, regando-a com a água mais cristalina, e não deixando que essa construção se dê de forma recíproca, florindo assim esse jardim, com as pétalas da segurança, as folhas da verdade e o caule da mais pura esperança entre duas chamas ardentes.

Por fim, dar valor ao amor é vivê-lo, no seu dia-a-a-dia, sem olhar para trás – tentando lembrar-se do que passou e, muito menos, querer tentar adivinhar o seu futuro –, buscando uma fórmula de conduzi-lo até lá –, mas, sim, esquecer tudo isso e aceitá-lo como ele é.




 

Obs. Imagem da internet

Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 07/06/2009
Reeditado em 06/12/2011
Código do texto: T1636324
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