O mundo continua o mesmo
O mundo continua o mesmo. Com muito mais gente do que antes, é claro.
Em 1950, o Brasil tinha 50 milhões de habitantes e tínhamos como veículos de comunicação apenas a imprensa falada ou escrita. Hoje temos quase 200 milhões de habitantes e, além da tradicional imprensa falada e escrita, temos mais a televisão e a Internet.
O reflexo disso é óbvio: sempre houve, neste mundo, santos e demônios, gente boa e gente ruim - como os assassinos, estupradores, pedófilos, corruptos, charlatães e egoístas - só que todos eles, bons ou maus, agora estão multiplicados por mais "n" possibilidades de nascimento. As pessoas boas praticam boas ações, enquanto que as pessoas más praticam ações perversas, que geralmente causam tragédias. E é aqui que entra a "cultura da desgraça que dá Ibope" : claro, a tragédia causada pelo mal estremece e interessa a opinião pública, via TV e Internet, enquanto passam completamente despercebidos pequenos e grandes gestos de amor e caridade que, em todos os dias, em todos os lugares do mundo, se praticam anonimamente.
E eu até ousaria dizer que, diariamente, se praticam muito mais boas ações do que as más, só que estas últimas, por repercutirem muito mais publicamente, são mais celebradas e difundidas pela mídia impressa, eletrônica ou virtual, sempre ávidas por maior quantidade de leituras, visualizações ou acessos.
O mundo, pois, não ficou pior, ficou apenas muito mais aumentado de coisas boas e ruins, mas como o mal se espalha e contagia com uma velocidade muito mais rápida do que o bem, tem-se a falsa impressão de que atualmente, no mundo em que vivemos, o mal predomina sobre o bem em larga escala.
Já no século 19, um grande poeta maranhense, Vespasiano Ramos, no seu belo poema "Ao Cristo", aconselhava Jesus a pensar duas vezes antes da sua volta à Terra, profeticamente anunciada por várias filosofias religiosas. E quando fala nos Judas e nos Pilatos, ele não diz que eles predominam neste mundo, mas sim que o número deles está aumentando progressivamente:
"............................................................
Prometeste voltar! Não voltes, Cristo:
Serás preso, de novo, às horas mudas,
Depois de novos e divinos atos,
Porque, na terra, deu-se apenas isto:
Multiplicou-se o número de Judas
...E vai crescendo a prole de Pilatos."
Vespasiano Ramos, in "Ao Cristo"
O grande poeta sabia que o crescimento da população mundial implicava no crescimento do bem e do mal. E o mal que Judas e Pilatos simbolizam, aumentou neste mundo pela simples razão de que aumentou consideravelmente o número de pessoas que nascem com o caráter de Judas e Pilatos.
É necessário erradicar de dentro de nós o devastador sentimento de que o mundo atingiu o seu Apocalipse espiritual, moral e social, e permanecermos sempre dispostos a contribuir com o melhor que nós temos para que o bem comum prevaleça acima das misérias morais e dos mesquinhos interesses individuais.
Como o passarinho que, tentando apagar um incêndio na floresta, corria a um riacho, colocava uma gotinha d'água no bico e soltava-a em cima das enormes labaredas. Criticado e ridicularizado por aqueles que achavam totalmente inútil aquela sua insignificante ação de combate ao incêndio, respondeu calmamente: "Pode ser, mas estou fazendo a minha parte."
O mundo continua o mesmo. Com muito mais gente do que antes, é claro.
Em 1950, o Brasil tinha 50 milhões de habitantes e tínhamos como veículos de comunicação apenas a imprensa falada ou escrita. Hoje temos quase 200 milhões de habitantes e, além da tradicional imprensa falada e escrita, temos mais a televisão e a Internet.
O reflexo disso é óbvio: sempre houve, neste mundo, santos e demônios, gente boa e gente ruim - como os assassinos, estupradores, pedófilos, corruptos, charlatães e egoístas - só que todos eles, bons ou maus, agora estão multiplicados por mais "n" possibilidades de nascimento. As pessoas boas praticam boas ações, enquanto que as pessoas más praticam ações perversas, que geralmente causam tragédias. E é aqui que entra a "cultura da desgraça que dá Ibope" : claro, a tragédia causada pelo mal estremece e interessa a opinião pública, via TV e Internet, enquanto passam completamente despercebidos pequenos e grandes gestos de amor e caridade que, em todos os dias, em todos os lugares do mundo, se praticam anonimamente.
E eu até ousaria dizer que, diariamente, se praticam muito mais boas ações do que as más, só que estas últimas, por repercutirem muito mais publicamente, são mais celebradas e difundidas pela mídia impressa, eletrônica ou virtual, sempre ávidas por maior quantidade de leituras, visualizações ou acessos.
O mundo, pois, não ficou pior, ficou apenas muito mais aumentado de coisas boas e ruins, mas como o mal se espalha e contagia com uma velocidade muito mais rápida do que o bem, tem-se a falsa impressão de que atualmente, no mundo em que vivemos, o mal predomina sobre o bem em larga escala.
Já no século 19, um grande poeta maranhense, Vespasiano Ramos, no seu belo poema "Ao Cristo", aconselhava Jesus a pensar duas vezes antes da sua volta à Terra, profeticamente anunciada por várias filosofias religiosas. E quando fala nos Judas e nos Pilatos, ele não diz que eles predominam neste mundo, mas sim que o número deles está aumentando progressivamente:
"............................................................
Prometeste voltar! Não voltes, Cristo:
Serás preso, de novo, às horas mudas,
Depois de novos e divinos atos,
Porque, na terra, deu-se apenas isto:
Multiplicou-se o número de Judas
...E vai crescendo a prole de Pilatos."
Vespasiano Ramos, in "Ao Cristo"
O grande poeta sabia que o crescimento da população mundial implicava no crescimento do bem e do mal. E o mal que Judas e Pilatos simbolizam, aumentou neste mundo pela simples razão de que aumentou consideravelmente o número de pessoas que nascem com o caráter de Judas e Pilatos.
É necessário erradicar de dentro de nós o devastador sentimento de que o mundo atingiu o seu Apocalipse espiritual, moral e social, e permanecermos sempre dispostos a contribuir com o melhor que nós temos para que o bem comum prevaleça acima das misérias morais e dos mesquinhos interesses individuais.
Como o passarinho que, tentando apagar um incêndio na floresta, corria a um riacho, colocava uma gotinha d'água no bico e soltava-a em cima das enormes labaredas. Criticado e ridicularizado por aqueles que achavam totalmente inútil aquela sua insignificante ação de combate ao incêndio, respondeu calmamente: "Pode ser, mas estou fazendo a minha parte."