ACHEI QUE TINHA FRACASSADO.
Funcionário de uma das maiores empresas públicas do Brasil, contava com 15 anos de trabalho e estava preparado para exercer as mais diversas funções dentro da empresa. Odiado por uns e admirado por outros, não havia obstáculo intransponível, as deficiências eram superadas com muito estudo e dedicação. Tinha acabado de receber uma importante promoção e mesmo assim resolvi aderir ao PDV (programa de demissão voluntária).
Aventurei-me na iniciativa privada. Com a esposa, três filhos (13,17 e 18 anos), três funcionários e um pequeno patrimônio acumulado em 25 anos de trabalho construí a empresa dos meus sonhos. Passei a viver no mundo empresarial. Lugar onde dificilmente o amador sobrevive e os erros nunca são perdoados.
Após 11 anos de luta a empresa sucumbiu. Restou-me a esposa, três filhos, um sonho desfeito e um sentimento de fracasso. A minha casa e o meu quintal desapareceram num piscar de olhos.
Hoje, cinco anos após aquela triste realidade, vendo meus filhos trilhando o caminho do sucesso tanto profissional como empresarial, cheguei à conclusão de que não fracassei totalmente. Aquele período foi de aprendizado e meus filhos souberam tirar proveito.
Concluí que meu pai tinha razão, certa vez, no seu leito de morte, eu tinha acabado de fazer algo errado e ele, energicamente, recriminou-me, fiquei aborrecido e ele percebendo a minha tristeza, disse: "filho é melhor o papai te ensinar do que você aprender com o mundo". Ele morreu alguns dias depois e não pode ensinar-me tudo o que precisava. Aprendi e continuo aprendendo com o mundo, o sentimento de fracasso já não se faz presente e estou pronto para recomeçar.