A pandemia vem de avião

Não será necessário invasão dos mongóis, nem Fernando Cortez e seus brutamontes, não, a gripe que ameaça o mundo viaja de avião. Pode estar na primeira classe, no pulmão de um alto executivo da GM, cuja falência deixou combalidas as suas resistências imunológicas, muito mais que as financeiras, e agora o homem trás mais alguns vírus para cá.

No Chile, mais de 1500 casos novos, mas o que terá acontecido com os irmãos chilenos? Foram invadidos por excursões turísticas de americanos? Isso está cheirando a erro de metodologia, por que no Chile há mais de 1000 casos e no Brasil apenas trinta?

Bem, apesar da gripe não ter se revelado tão mortal, sabe-se que ela se propaga em ondas. A primeira onda está que estamos vivendo não é tão letal. Mas teme-se que em sua passagem pelo hemisfério sul, que é o que está ocorrendo no momento, o vírus possa sofrer a mutação que o deixe mais mortal, chegando de volta ao hemisfério norte no próximo outono com letalidade aumentada. A terceira onda, não é sequer imaginada no momento.

Sabe-se que a gripe espanhola que em 1818 matou mais de 50 milhões de pessoas foi produzida por um vírus do tipo Influenza H1N1, e teve três ondas, desaparecendo misteriosamente após fazer um morticínio maior do que o da primeira guerra mundial, em 1919.

O fato concreto é que o sistema mundial de vigilância sanitária, coordenado pela OMS está conseguindo monitorar quase que em tempo real a evolução da epidemia e, certamente deverá controlá-la, assim como já foi controlada antes, na década de 90, a epidemia de SARS que surgiu na China e ameaçou o ocidente.

Caso tal sistema existisse na década de 80, a epidemia de Aids poderia ter sido contida em seu nascedouro, antes de espalhar-se pelo mundo.

Essa é uma vitória do trabalho integrado dos homens acima de nacionalidades, o que demonstra cabalmente as vantagens da integração mundial cooperativa.