As Três Folhas

Ao caminhar pelas ruas de Curitiba nesses dias que antecedem o inverno, três árvores, em especial, me chamaram a atenção; tinham a mesma altura e por estarem próximas, suas folhas se misturavam como se fossem uma só árvore compartilhando confidências...

O curioso é que suas folhas apresentavam, separadamente, vários tons de verde, amarelo e marrom, que ao caírem na calçada formavam contornos, sugerindo imagens misteriosas de pessoas e animais desenhados pelo vento, espátula de natureza e modificadas pelos reflexos do sol ou de sua ausência.

Não me contive diante de tão belo quadro e com cuidado peguei três folhas, uma de cada árvore, comecei a observá-las mais de perto

como se fossem papiros; suas nervuras pareciam mapas que indicavam caminhos, rios, labirintos, saídas, escolhas...A variedade de suas cores mostrava o poder do tempo, sua incontestável passagem; a necessidade de aceitá-lo, de se refletir sobre o significado do inverno, para poder renascer com sabedoria e força a cada nova estação!