Corra Beta... Corra

Já não me lembro o dia e nem a hora em que eu me perdi de mim... A Beta que vocês lêem, escreve desde os 6 para 7 anos, quando ela aprendeu a escrever.Eu lembro como se fosse hoje, a vontade que eu tinha de escrever para simplesmente poder por no papel todas as minhas ideias, frases, sonhos, histórias....Sim, foi nessa idade mais ou menos que eu descobri quem eu era, o que eu queria, o que eu gostava, e quem eu ia ser quando crescer. E enfim... Desde então eu guardo todos os textos ou quase todos, alguns se perdem pelo caminho junto com algumas estórias.Hoje por um acaso reli textos de quando eu tinha 15/16/18 e 20 anos.É engraçado se ler,por que conforme o passar dos anos a gente deixa algumas coisas pelo caminho, vai criando barreiras, muros, vai perdendo a loucura de ser adolescente, vai perdendo um pouco daquela emoção toda, vai voando baixinho e se possível com os pés no chão por que já estamos cansados de cair, já estamos cansados de dar com a cara no chão, porque a humanidade já não é tão bonita, a vida já não é só escola e casa e já conhecemos a maldade que antes não passava de uma brincadeira inocente.Aliás, onde foi que eu escondi tudo isso? quando foi que eu deixei de acreditar em conto de fadas? quando foi que eu adquiri esse medo todo? Eu era uma pessoa mais corajosa se vocês querem saber, paixão tinha gosto de morango e eu não fazia bico de provar...Eu tinha paixão pela vida, e isso ainda está gravado no meu DNA... O coração ainda era 0Km, não sabia do amor, da dor, das falsas amizades, de traição, e da sujeira toda dessa nossa vida mundana.Mas ele não tinha medo, e isso era o suficiente pra ser feliz.Mas, por não saber, não se limitava tanto, simplesmente voava alto e quando batia o medo voltava pro ninho onde eu nunca estaria sozinha.No abraço aconchegaste da mãe que ouvia atenta todos os segredos.

Eu perdi uma coisa muito importante, que hoje eu tento recuperar... Corre beta, corre... Ainda dá tempo, sempre dá tempo.Eu sinto falta de mim.

Tem que acreditar nas pessoas mesmo sabendo que em algum momento elas vão nos decepcionar.E isso faz parte, não torna elas pessoas más, mas sim humanas.

Tem que por pra fora de novo.Me diz: pra que esse papel todo de a senhora " forte", a " senhora não sofro, não choro"... Uma máscara que esconde uma menina que simplesmente não sabe perdoar aos outros e a si própria... Um papel criado pra disfarçar um sentimentalismo que não tem fim, um coração grande que sofre a dor do mundo, um coração que já não é o mesmo coração de alguns anos atrás, mas é um coração que transborda vida e não deixa ela sair pra fora. Corra Beta, quebra esse gelo menina... Não dá pra ser a mesma, mas dá pra resgatar todos esses sonhos perdidos em algum momento que eu não me lembro... ou não quero lembrar.Já é tempo...

E eu sinto falta desse você que existe em mim ainda, eu sinto falta dessa menina que se escondeu em algum canto dentro de mim e as vezes faz cosquinha e dança engraçado pra que eu me lembre dela, me lembre de quem ela é, me lembre que ela faz parte de mim, que eu sou ela.Que sou quem escreve sem pudor... Quem ama e quem inventa o amor... Que eu sou quem dança engraçado, que eu sou quem canta desafinado, que eu sou quem se veste conforme o humor, que eu sou vida, emoção, poesia...

Que eu ainda componho, que eu crio, que quando não dá eu invento, que eu tento, que eu não desisto, que eu tenho vergonha de ser tímida, que eu sou tímida por natureza...Que eu faço tudo pra fazer quem eu amo feliz... que eu ainda penso mais nos outros do que em mim... Que a Beta, ah a Beta...Não mudou nada, nada mesmo, a não ser esse troço que ela carrega, é quase um casulo com a borboleta dentro...

Quero voar alto de novo... não quero mais esse troço pesando em mim, é quase uma âncora que me impede de voar.

Não quero mais segurar o choro pra dizer que eu não sinto, quando eu na verdade eu não só sinto, vibro, clamo,me engulo na tentativa de não sentir, me ponho pra fora sozinha em casa pra que ninguém saiba que eu sinto sim.

Eu não quero mais amar não querendo amar, quando na verdade eu já amo, e amo com todas as letras, porque na verdade eu não sei encostar só o pé na água, eu não só mergulho o corpo inteiro, salto de cabeça, como eu me afogo... e não me salvo porque não quero.. quero amar, e não só pela metade, quero amar por completo.

Eu não quero inventar uma Beta para que as pessoas se orgulhem de como ela é forte..

Eu já to cansada de ouvir que as pessoas sentem falta de mim, da Beta mesmo, da beta que não precisa ser criada ou inventada pra ser amada, ela já é amada, simplesmente por ser ela mesmo, por não precisar se reinventar, apenas por precisar de uma maneira mais louca se deixar voar.

Essa bagagem toda de vida não nos serve pra nada, se torna apenas um peso em nossa vida. O negócio é limpar o coração, largar essa bagagem em algum canto, e correr, porque o maior aprendizado da vida está nas coisas que realizamos diariamente sem medo, é a nossa loucura que nos faz pessoas felizes, é a liberdade de escolha, é saber que nós mesmo escrevemos a nossa história, e podemos mudara-la a qualquer momento.

Ser feliz, é ser você sem medo.É transbordar.

Jogue fora essa bagagem... Jogue tudo de ruim e pesado fora.. Fique somente com as coisas que realmente valem a pena.

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