Big Brother Brazil

Quando assisti pela primeira vez ao filme: O Gladiador, pude ver a dimensão, a imponência de tudo o que cercava o espetáculo do entretenimento. Que, como então eu pude perceber, não é algo assim tão moderno como a minha vã (que está mais para Kombi) ignorância podia imaginar.

Os gladiadores eram pessoas que haviam desafiado o grandioso Império Romano e, como visto, se deram mal (e põe mal nisso!), entretanto, não eram apenas prisioneiros de guerra e rebeliões. Alguns eram cristãos que eram jogados aos leões. No filme mostra as muitas formas de como o espetáculo do entretenimento reuniam, naquele imponente Coliseu, todas as classes de pessoas: Pobres e ricos.

“Pão e Circo”. Alguns, se ouvirem esse termo, logo associam o que aprendemos no colégio entre uma aula e outra. No filme mostra uma simulação de combate, simula algo que a história conta ou algo que é relatado pela história e que tem importância para eles. Isso me faz lembrar os filmes que temos hoje, tanto os que podemos assistir na tv ou aqueles piratas que compramos lá na praça. Se eles tivessem a mesma tecnologia que temos hoje, certamente fariam filmes como nós fazemos hoje. Só que alguns atores coadjuvantes e alguns figurantes só apareceriam em um filme e só, porque eles gostavam de sangue e não de groselha.

Outra coisa que o filme mostra é o combate corpo a corpo. Dois gladiadores permanecem atados um ao outro pelo pulso, lutam contra outras duplas e depois que matam todo mundo têm que lutar um contra o outro (na verdade essa parte final é por minha conta, porque eu acho que assim dava mais emoção – Todavia isso acontecia, só não aparece no filme). Isso, não sei o porquê, de alguma forma, me lembra tanto o Big Brother!

Vejamos bem as semelhanças: todos se reúnem em volta de uma coisa redonda... Qual? R.: O Tubo de Imagem. Embora haja tv de plasma (coisa que eu ainda não tenho), a maioria do público ainda tem tv “das antigas”, se brincar ainda tem Telefunken ligando de tarde para poderem assistir à noite o BBB; nos cabe decidir quem “morre”. Naquela época o polegar apontando para cima é sinal que o participante viveria e se o polegar indicasse para baixo significaria a morte. Hoje, com a nossa sociedade mais desenvolvida, porém não tão apartada dos sentimentos mais primitivos, como a competição e ver o próximo se ferrando, nós sentimos a prazenteira necessidade de compartilhar essas coisas com os outros, mas com um outro dedinho, o indicador. O mesmo indicador que tecla o número da eliminação do participante, levando-o a “morte” no programa.

Uma grande diferença que é necessário ressaltar neste ponto, é que no fim do programa todos ressuscitam, diferentemente do que acontecia lá no Coliseu ou nos outros palcos da vida. Nem os cristãos ressuscitavam para você ter uma idéia de que o negócio era “pank” naquela época!

Outra semelhança que nos cabe salientar é o pão. É, pois nessas horas, alguns dos que assistem devem estar se deliciando num magnífico pão com mortadela. Algo que não lembra tanto o filme do gladiador...; As armas hoje são diferentes. Naquela época se usava espada, clava, machado, às vezes escudo, lanças, tridentes (que particularmente me lembra tanto os Cavaleiros do Zodíaco na batalha dos mares) entre outras coisinhas mais. Naquela mesma época Jesus admoestou sobre o mal que era maior que qualquer arma: que sujava mais o corpo do que aquilo que entrava em nós e cujo qual se pode ler no livro de Tiago: a língua. A pior arma de todas. Enquanto no Coliseu se digladiavam com armas, hoje no BBB eles se matam pela língua. Intrigas e mentiras fazem parte do arsenal privativo dos que lá estão.

Assim como Russel Crow interpretou um gladiador que ganhara o conceito do público, no BBB também rola dessas coisas. Eles se tornam os nossos heróis (meu mesmo não!). Eu queria falar também que há controle de massa. Mas eu faço parte da massa e não sei interpretar esses sinais. Não sou como Mel Gibson.