A pena

Ao correr destas linhas, procuro minha pena tão admirável. Senti saudades da época em que podia abrir a gaveta e procurar lá no fundo, entre papéis e farelos, a pena. Pequena, feita com a autorização de um ganso austríaco e a paciência de um senhor de meia idade.

Agora o papel. Linho creme. Autêntico. Fiz questão de comprá-lo, somente para lembrar como é prazeroso discorrer palavras, mesmo que sem sentido, sobre a textura que eleva os meus pensamentos à altura.

Para completar, estou de frente a uma avenida, movimentadíssima por sinal, e dentro de um café, tomando o chá das cinco. O inverno ajuda a pensar e a escrever.

Talvez esse texto não saia daquela gaveta onde se encontrava a pena, mas se por ventura essas linhas, escritas com uma caligrafia nada bela, chegar até seu lar, é porque meus devaneios não resistiram e passaram em frente à lan house do Fagundes.

Eduardo Costta
Enviado por Eduardo Costta em 24/06/2009
Código do texto: T1665356
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.