VIDA DE ESTUDANTE

Antigamente estudar era coisa para criança, jovem e adolescente. E, diga-se de passagem, apenas as classes privilegiadas eram detentoras dessa prerrogativa. Hoje as coisas mudaram em parte, porque ainda faltam escolas de qualidade para todos, mas se estuda em todas as idades. Com as mudanças contínuas que acontecem no nosso dia a dia provocada pelos avanços da tecnologia, da globalização, da comunicação em tempo real o conhecimento é renovado a cada instante e se faz necessário uma educação continuada para acompanharmos as novidades que ocorrem em todas as áreas do saber.

Dada à necessidade do mercado de trabalho, os adultos são muitas vezes forçados a retomar os bancos de escolas ou de universidades para concluir seus estudos. Outros descobrem o prazer de estudar em idade avançada e tornam-se autodidatas. Em qualquer idade é tempo de aprender.

As crianças não compreendendo a importância do ensino e embevecidas pela necessidade de divertimento não vêem o estudo com bons olhos, porque ele representa um empecilho para suas brincadeiras. Daí, a importância de se ensinar brincando, tornando o ensinar/aprender prazeroso.

Os jovens e adolescentes geralmente não gostam muito de estudar embora gostem de freqüentar a escola, para fazer amigos, jogar futebol, vôlei, trocar idéias com a turma de colegas. Mas nesta fase, principalmente os meninos têm um grande problema, “a namorada”, que toma parte do tempo que deveria ser dedicada ao estudo. Namorar também implica em gastar dinheiro, porque o jovem precisa estar perfumado, bem vestido, ter um trocado para o cinema, para o sorvete, comprar um presentinho para a namorada. A mesada, quando ele tem mesada, nunca é suficiente para tudo e por isso é que se diz: estudante sofre! Esta época é a das grandes paixões, o pensamento voa e a concentração para estudar também bate suas asas. Parece que esta é uma fase incoerente. O jovem cheio de energia, de amor, com sede de divertimento, tem que estudar para as provas, passar de ano e falta-lhe o principal, o recurso financeiro para bancar a “gatinha”.

Aos jovens também não falta à imaginação criadora para driblar todos os empecilhos para ser feliz. Não sei se mentira ou verdade mais um deles me contou que como não tinha dinheiro para o perfume, todas as vezes que ia falar com namorada, passava na seção de perfumaria do shopping que ficava perto de sua casa e escolhia as melhores fragrâncias do provador para experimentar. Essa era forma de ficar cheiroso, sem gastar dinheiro. Outro me contou que só namorava com meninas que tivesse chip 31 anos, para poder conversar a vontade sem se preocupar com a conta de telefone. O presente para as namoradas pela passagem do dia 12 junho ou aniversário dela era sempre um jantar, forma de agradar a garota com algo chique e ao mesmo tempo ele também era beneficiado porque era uma oportunidade de comer algo melhor. Estudante que mora longe da casa de papai e mamãe sempre sente falta da boa comidinha. Estudante sofre! Outro detalhe, a namorada teria que ser do bairro, gastar gasolina ou mesmo passagem de ônibus seria um caos.

A vida de estudante é dura, o estudante jovem sofre, mas por outro lado esta é a fase mais bonita da vida do homem. Fase do aprendizado não só intelectual, mas aprendizagem de vida, fase das grandes paixões, das descobertas profissionais, dos amores. Enfim, a vida de estudante é sofrida e ao mesmo tempo prazerosa.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 07/07/2009
Reeditado em 02/05/2020
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