Não se permita viver debaixo de escudos! Abra-se para a vida!
A história nos mostra uma dificuldade grande do homem de se viver em paz. Estamos sempre nos defendendo, por mais que estejamos sorrindo, muitas vezes guardando no sorriso um escudo de flores que tem a única função de dizer “seja bem vindo” não porque alguém é ou não bem vindo, mas porque nós queríamos ser.
Preparados para guerra seguimos caminhando e a cada tropeço um escudo a mais é levantado em nossos braços e assim vamos ficando cobertos, quase que construindo uma caverna de escudos, uma caverna de barreiras que impede qualquer um de se aproximar, qualquer um incluindo nós mesmos.
Esquecemos de atacar, esquecemos de experimentar, passamos a somente estar vivos, numa auto-programação, vivendo como na espera, esperando a vida passar, simplesmente cumprindo o mais óbvio dos nossos objetivos na terra, tentar estar vivo.
O mais irracional em tudo isso é que nos defendendo somos presa fácil, questão de tempo, tão sábio é o ditado “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, baseado nele afirmo não existe defesas intransponíveis.
Defendendo-nos não nos preocupamos em ganhar e esse brilho perdido de não se ver a vitória transforma nossas rochas em algodão, transforma nosso escudo em portas e nossa energia em força adversária. Podemos até criar uma fórmula matemática aqui: A força com que nos defendemos é diretamente proporcional à força que será usada para nos atacar ao longo do tempo.
Quando tiramos a espada da bainha e a empunhamos, deixamos de ser presa, deixamos de fugir e de esperar, parando finalmente de apenas seguir. Passamos então a ditar os movimentos começando a escrever a história ao invés de apenas estar dentro dela.
Claro que ainda assim seremos desafiados, mas somente por quem tiver a dignidade de ter estado com uma espada em mãos, escudos não desafiam ninguém.
Por mais que tenha se machucado, por mais que tenha sido ferido ao baixar a guarda o que levamos da vida são as experiências que tiramos dela e não há como levar coisas boas sem experimentar, sem se permitir. B aixe a guarda e viva no ataque, na busca de novas sensações.
“Se chorei ou se sorri o importante é que emoções eu vivi.”
Uma boa semana!
Rafael Régis Somera