É... MAS QUEM NÃO É?

“Mulher é bicho esquisito, todo mês sangra!” Esta frase, eternizada na letra de uma música da roqueira Rita Lee, exemplifica o quão diferente é esse ser que age, na maioria das vezes, pela emoção e, quase na sua totalidade, pelo seu instinto, apesar de ser de forma inconsciente.

Lembrei-me dessa frase, esta semana, porque um colega de profissão veio falar comigo, em desabafo, que não conseguia compreender a sua carametade. Segundo ele, desde o tempo de namoro, quando ele lhe pedia uma coisa, com carinho, ela dizia não, repetitivas vezes, até ele parar de pedir. No entanto, quando isso acontecia, ela ficava chateada porque ele não continuava a insistir.

Eu simplesmente ri. Tenho observado várias “esquisitices” maravilhosas dessas criaturas que, cá entre nós, são os seres mais primorosos do mundo. Sem elas não conseguiríamos viver, pois somos (e seremos) totalmente dependentes de seus defeitos perfeitos.

E, ainda conversando com o distinto colega, eu fui rememorando passagens em que algumas delas disseram (ou fizeram) coisas que, racionalmente, até Deus duvida. Por exemplo, outro dia, numa conversa informal, onde a maioria do grupo era de mulheres, uma delas, comentando o fim de um relacionamento – de uma amiga, inclusive, exaltando o quanto o homem era bom para a esposa, não deixando nada faltar, tratando-a como uma princesa –, saiu-se com essa:

- Mulher não gosta de homem bom. Se o cara é certinho demais nós abusamos, porque não acreditamos que existam homens 100% bons e fiéis. Se é ruim demais, mulherengo e grosseiro, nós procuramos fazer de tudo para torná-lo educado, bom e fiel e, dificilmente, o deixamos.

De fato, é contraditório este conceito “filosófico”. Não seria melhor conservar o céu na terra, do que esperar a vida inteira, rezando todos os dias – e sem pecar – para só conseguir o paraíso na velhice ou ao chegar à eternidade?

Por falar na frase lá do começo, eu me lembrei de uma coisa que acontecia todos os meses comigo. Em determinado período do mês, quando eu chegava em casa, a minha consorte passava a desempenhar um determinado papel: passava por mim e soltava uma “piada” (normalmente, provocativa e/ou pejorativa), ia à cozinha e batia nas portas dos armários e, quando eu me sentava à mesa para fazer as refeições, implicava até me fazer perder a cabeça e agir, energicamente, chamando-lhe a atenção. Pronto! Era isso que ela queria. De repente, ela desatava a chorar, dizendo-se a pessoa mais infeliz e mal compreendida do mundo. Chorava copiosamente, trancada no seu quarto e, em meia hora, saía dele como se nada tivesse acontecido. Uma candura de simpatia e com um ar que irradiava alegria e felicidade. Anos depois, ela confidenciou: a TPM só melhorava quando ela chorava. As lágrimas eram o descarrego da tensão. A solução para conseguir essa “melhora” era usar o pobre do maridão aqui.

Estava absorto, tentando me lembrar de mais coisas, quando o distinto voltou a dizer mais uma pérola:

- Olha, outro dia nós íamos a uma festa de casamento. Minha mulher passou o dia entre manicure, esteticista, massagista, costureira, cabeleireira, etc. Quando chegou a noite, e ela, finalmente, se vestiu, eu a elogiei, dizendo que ela era a mulher mais linda do mundo – tal tinha sido o resultado daquela maratona de sacrifícios. Sabe qual foi a resposta dela? “Você só está dizendo isso para me agradar. Na verdade, eu estou horrível!”

- Não se preocupe professor, disse-lhe, sorrindo. Uma das poucas coisas que eu aprendi sobre esse universo tão desconhecido foi que uma mulher nunca se arruma para um homem – a não ser em uma ocasião muito especial, como, por exemplo, no quarto, na noite de núpcias –, mas para outra mulher, para disputar a atenção. Portanto, não precisa se angustiar, apenas se deixe levar e se dê por satisfeito, pois muito pior é quando elas engravidam e inventam os tais “desejos” (comprovados, cientificamente, como genuinamente verdadeiros) e querem, no meio da noite, comer batatas. Mas, não é uma batata qualquer, dessas encontradas na feira. É a batata, simplesmente, de uma de suas pernas!

É ou não é um bicho esquisito? Entretanto, eu amo, de paixão, esta espécie – a mesma que a nossa, mas tão incompreendida!


 


Obs. Imagem da internet



Raimundo Antonio de Souza Lopes
Enviado por Raimundo Antonio de Souza Lopes em 19/07/2009
Reeditado em 06/12/2011
Código do texto: T1707654
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