O nome delas é "Jéssica"

Alguns nomes se destacam ou se destacaram entre outros, por terem ou ter tido relação com os seus respectivos donos, personalidades famosas que estão mudando ou mudaram o rumo do mundo, e geralmente os pais os colocam nos filhos como homenagens a estes ídolos do presente ou do passado, mas para este rapaz, o José, um nome em especial marcaria a sua vida, seja por coincidência ou destino, ele conheceu sete “Jéssicas” em dez anos, porém para cada uma um relacionamento diferente, o seu primeiro contato foi apenas com o nome, ainda era criança, e seu pai que gostava de samba, sempre ouvia um disco onde entre as músicas, soltava a voz ao ouvir “...o nome dela é Jéssica, eu vou falar pra você, é a coisa mais linda...”. Só voltaria a ter contato com o nome novamente já no final da adolescência, contudo conhecendo a dona, “de carne e osso”, a filha da vizinha, uma menina arteira, que até era bonita arrumada, mas virava o capeta e batia feito homem quando mexiam com ela, seu pai, que não conseguia pronunciar corretamente o nome da filha, entrava no meio da briga e a puxando pelo braço, ia dizendo: “Jésca”, deixa chegar em casa, parece macho no meio dos meninos”, e de casa escutava-se os gritos da “Jésca”, não negava que tinha uma pequena atração por ela, porém a diferença de idade, ele com 18 e ela com 13, não possibilitava esse namoro. Ali era apenas um sinal, algo indicava que seria apenas o início de muitas outras “Jéssicas” que ainda viriam.

A namorada do seu colega foi a segunda com este nome a ter contato, não era bonita, por isso o carinhoso apelido de uma famosa marca de bolachas “Trakinas”, o que facilita a não precisar descrevê-la, com a partida da sua vizinha com os seus pais, que voltavam para a terra natal, Paraná, a primeira “Jéssica” de “carne e osso” a conhecer, seria coincidentemente substituída por outra vizinha também chamada “Jéssica”, a terceira, uma baiana “arretada”, casada e com uma filhinha, chegaram a trocar alguns olhares, nada além do que isso; já a quarta “Jéssica” a ter contato, numa escola técnica, foi a que te deixou mais balançado, essa era linda e simpática, quando percebeu já estava apaixonado por ela, ela que tinha como sua “melhor” amiga, uma xará, isso mesmo outra “Jéssica”, a quinta, que tornaram-se amigas por possuírem justamente o mesmo nome. Queria ver o diabo do que ver esta a sua frente, a quarta “Jéssica”, perguntava o motivo da sua antipatia por sua amiga, a “quinta” e ele simplesmente respondia que não gostava dela.

Com a quarta “Jéssica” chegou a ter um pequeno romance, infelizmente uma relação um pouco conturbada, não puderam se entregar totalmente ao amor, ele não conformado com a situação, sempre colocava a “quinta” como um dos fatores que não auxiliaram para a boa união entre eles. A sexta “Jéssica”, esta com um pequeno detalhe bem peculiar, se escrevia com “GÊ” e não com “JOTA” no começo, a conheceu numa viagem que fez para a casa de uns parentes, no estado de Pernambuco, muita simpática, lhe chamava a atenção pelo belo corpo que tinha e principalmente pelo tamanho dos peitos, que foi apelidada por ele de “mulher melão”, não teve o prazer de mergulhar neles e nem saboreá-los, ficando apenas na vontade. Já cursando uma faculdade, conheceu a sétima “Jéssica”, uma palmeirense doente, assim como ele, a paixão pelo mesmo clube de futebol os aproximaram mais, no entanto com esta não passaria de um simples beijo no rosto e um aperto de mão, e quando mais, empolgados com os resultados, uns abraços mais fortes, nem precisa ser mais direto (usava tamanho “44”). Já formado, nunca mais teve contato com nenhuma outra “Jéssica”, seja com “JOTA” ou “GÊ”, e muito menos com as sete, que passaram por sua vida em um período muito curto de tempo, mas que deixaram muitas saudades. Casado, não com uma “Jéssica”, (o que esteve quase perto), hoje ouve com os filhos o velho samba que seu pai tanto gostava de cantarolar, ele parodiando o refrão: “...o nome delas é “JÉSSICA”, eu vou falar pra vocês, cada uma mais bonita, que eu pude conhecer”... hahahahahaha

JÉSSICA: Hebraico, significa cheia de riquezas e indica uma criança vaidosa e sedutora, que às vezes brinca um pouco com o perigo. À medida que cresce, porém, acumula também riquezas interiores e consegue êxito em quase todas as suas empreitadas.

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 31/07/2009
Código do texto: T1728800
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