Nunca se sabe, nunca se sabe!

Já estavam desconfiados por semanas que o rapaz que havia recém entrado na empresa tinha um jeito estranho, como se fosse um...

- Psicopata ou aqueles seriais killers que vemos nos filmes.

- Agora você apelou Geraldo. Serial Killer? Por favor. Vai ver é o estilo do cara ser assim.

- Estilo? Um homem que tem olhos vermelhos e não conversa com ninguém não é normal.

- É melhor vocês pararem com essa paranóia. O rapaz pode estar enfrentando problemas em casa, só isso.

E essa dúvida persistiu por um bom tempo.

- Já ouviram falar do Jack, o estripador?

- Pelo amor de Deus Geraldo. Esse nosso colega não é o Jack, ainda mais porque faz séculos que ele morreu.

- Nunca se sabe, nunca se sabe. Aliás, poderiam responder esse teste para mim?

- Que teste?

- Esse, olhem.

E entregou um bilhete para os amigos, contendo um caso de assassinato e perguntando a solução dele.

- É para saber o grau de psicopacidade que vocês tem.

- Aí já é demais. Achar que nós também somos psicopatas.

- Como eu disse, nunca se sabe. Vou jogar a folha para o nosso amigo responder. Veremos no que vai dar.

- Vai dar é um soco na sua cara, isso sim.

No outro dia o funcionário havia sido mandado embora. Ninguém comentava a saída dele. O teste respondido estava na mesa do Geraldo, com uma anotação:

"Me descobriu"

- Eu disse, nunca se sabe quem trabalha ao seu lado.

Eduardo Costta
Enviado por Eduardo Costta em 07/08/2009
Reeditado em 07/08/2009
Código do texto: T1741721
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