Leilão de textos

Leilão fiduciário de textos

"Eu tenho textos e eles querem porsches..."

Está marcado pelo forum o leilão fiduciário. Todos os advogados de defesa, sem que tivesse sequer o nome deles, nada fizeram, nenhum embargou o processo, sendo que, a penúltima nomeada, aborrrecida comigo, por ter, segundo ela, algum defeito pessoal do qual abusou do verbo. Nunca travei nenhum diálogo com essa advogada, mal a conheço e não tive escolha. Ela, aliás, escolhida para defesa, nunca para comentários que pudessem criar desfavorecimento a condição de endividado, apertado por juros escorchantes. Fez nota no processo. Totalmente absurda. No começo o advogado titular deixou para lá. Desapareceu da cidade podendo de férias no Iraque. Que Deus o tenha. O fato é de que há um leilão sobre os objetos do pequeno correio montado a mais de cem metros de distância da matriz, no centro da coxilha, dentro de micro empresa gráfica de garagem. Empresa para impressão de “jornal que não saiu” (nunca por falta de necessidade) a medida em que dedicou a venda dos selos postais, além da fúria informática que começava a dar lugar aos hebdomadários atrasados de papel. A idéia era escoar ows pedidos pela internet, e para isso estava ali o Posto dos Correios. Perfeito. Tudo errado para um jovem que imaginava estar se relacionando com gente capacitada para orientações de “staff” . Tudo ilusão, mas era emprego.

A última advogada nomeada para fazer algo confessou com peculiar e cálida frieza: neste estágio de coisa nada se pode fazer.

– Solicitar insolvência cível? An, seria um novo processo que decorreria em mais cinco anos. Julgava que tudo andava defluindo como um negócio. - Nada pude, nada posso e nada poderei fazer sobre o caso -, foi a síntese dramática. Imaginava que poderia inserir nesse "leilão" o modesto patrimônio intelectual, incluindo as crônicas da web. Imaginava este “patrimônio intelectual” de textos, reconhecido, valorado como bem, para leilão fiduciário. - Para tanto o país possui até "Ministério da Cultura".

Imaginava o leilão. Deveria ser mais uma oferta para levantar o negócio, já que a empresa mercantil individual possui poucos recursos de apóio em caso de endividamento. Idealizava até que poderia colocar as crônicas da internet dizendo: aqui está esta o patrimônio para cobrir a dívida fidudiciária com a ilustre casa financial Caixa E. Federal, para o leilão. Pronto. Um leilão fino de textos. O primeiro do Brasil a motivar o desenvolvimento eletrônico mais inteligência financeiramente para todos. Quem quisesse dar o lance máximo ajudaria no fechamento da conta. Conta em números obscuros como um túnel confuso de cem mil reais, sobre sete mil e quinhentos que devia no começo. No final das contas acreditava que poderia pagar até dez mil reais sobre sete e quinhentos. Bastaria pedir ao Tio e pronto. O tio que havia alimentado altas expectativas em seu caminhão de mudanças quando o homem pisou pela primeira vez na lua. Mas a violência acumulativa dos ganhos nada realiza e se regozija em tese acadêmica. O importante é "pagar" e o o cipoal teórico do direito no fundo do crédito especula que os "ganhos sobre o desastre" valem a pompa intelecual. Primeiro invalida para depois sorrir. Explora o riso publicitário das vitórias dos bancos sobre as desgraças em ambientes onde uma moedinha é festa no plano da circulaçãso monetária. O trabalho de texto é patrimônio cultural passivo de leilão pela Caixa, via internet às empresas interessadas em fomentar o desenvolvimento no extremo sul do país. Ora, dizer que tais crônicas de internet, tem importância sonante para leilão é o mesmo que dar o endereço de um galho, galho 84, da árvore do mato como endereço ao carteiro. É sisudez na certa. Ninguém valida. Os primeiros bens foram todos entregues. O que levaria a cadeia (um calabouço mora sempre perto do coração dos endividados) caso não fizesse a entrega. A coisa e suas orientações além de algumas noites de insônia, mal pagavam o pesadelo. Restaram as crônicas e o azar da decisão juvenil.

Senhores e senhoras: Como faz falta a toda gente ter perto um Senador, um Jurista, um Deputado amigo. Ainda procura amigo (a) que tivesse o poder de ver "defesa" no fracasso intelectual da dívida fiduciária que serviria a cultura e a informação. Ó que dantesco materialismo! Decerto um simples e-mail faria a reversão de fraqueza em força como diria Cervantes. Um simples e-mail dizendo, compro esta crônica, e pagar tudo. Gerente sorrindo, Juís sorrindo. Os leilões fiduciários são novelas, criações de equipes inteligentíssimas, para um produto final totalmente repleto de críticas enferrujadas como índices de juros extorsivos. Só que no interior urbano, aqui no extremo sul do Brasil, como em Pato Branco, a vida decorre sobre a simpatia pessoal entre trilhos faustosos como um bonde. Um bonde velho quanto a falta de conhecimento da matéria, onde só se diz "não sei" e "sei" ao barão. Do contrário estão para leilão todos estes textos virtuais, e até as frases, impertinentes, é claro.

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FICÇÃO FIDUCIÁRIA