Não Falo de Moda

Lugar estranho o aeroporto. Não sei o seu aí, mas os que conheci são todos estranhos e parecidos entre si. Neles, as mulheres usam botas, muitas botas. Dezenas, centenas de pares de botas, de todas as cores e modelos, quase sempre com salto alto e fino, combinando com calças compridas e vestidos por cima, para deixar o quadro mais estranho ainda. Para arrematar nesses vestidos ou blusas compridas existem as pontas. Em alguns casos, acompanham cachecóis, esteja a temperatura que estiver, vá ou venha de qualquer lugar. E não sai de moda!

É Assim aí no seu?

E os homens? Estes usam chapéus estranhos e às vezes coletes, lêem mais e tomam mais café que em qualquer outra parte do mundo. Alguns usam mochilas enormes, daquelas de camping que passam da cabeça na altura. O estranho é que a imagem do mochileiro pressupõe acampamento, carona, barbas por fazer. Nestes, apenas as barbas por fazer, pois nunca vi nenhum acampado na sala vip, nem dentro do avião, assim como não os vi na pista de decolagem com o braço estendido pedindo uma caroninha. De alguma forma eles pagam a passagem, não sei como. Fora dali nunca os vi. Somem.

Deixam de existir.

E as crianças, estas pagam o mico dos pais. Vêem-se crianças vestidas de cowboy, de superman e de homem aranha. Até de estátua da liberdade já vi. Onde mais vemos crianças assim? No carnaval, na festinha infantil... só. Ah! e nos aeroportos. A diferença é que aniversário é uma vez ao ano, carnaval também. Aeroporto é todo dia.

Que efeito será esse?

Jan Câmara – 10/08/2009