As pequenas coisas da vida

Certa vez, eu estava dormindo numa noite gelada em São Paulo, quando de repente, senti uma vontade enorme de ir ao banheiro. Mesmo com uma arrebatadora preguiça, levantei-me, segui sonolento pelo corredor escuro. Até que meus ouvidos escutaram um corpo minúsculo caindo no chão. Meus olhos cabisbaixos, imediatamente acordaram ao ver o ser que ali estava, com as patinhas e o par de antenas balançando de um lado para outro sem cessar - uma barata. Na hora pensei, será que este inseto estava dormindo comigo? Deus me livre! Odeio e morro de medo de baratas.

Confesso que naquela noite não consegui dormir. Fiquei pensando se uma outra barata viria me visitar. Perdi completamente o sono. E a partir de então, comecei a ponderar de como um pequeno e desprezível inseto fora capaz de tirar meu sossego durante a noite.

E são as pequenas coisas da vida que fazem toda a diferença. Imagine só a dor que uma pessoa sente no momento em que a manicura sem querer arranca a cutícula de sua unha. Pense na falta que um dente pode provocar na boca de uma pessoa na hora da mastigação. Sem dizer, de uma calça jeans com seu zíper quebrado ou de uma blusa na qual o dono perdeu um botão. Do que seria de um pianista sem uma tecla de seu piano? Provavelmente sua melodia estaria incompleta.

A vida e suas minúcias. A vida e as grandezas das pequenas coisas.

Mayanna Davila Velame
Enviado por Mayanna Davila Velame em 15/08/2009
Reeditado em 23/10/2009
Código do texto: T1754910
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