Quando o "MÔ" vira "MUUUUUUUUUU..."

No início paixão avassaladora, o tal amor a primeira vista, precisam se consumir todos os dias como adolescentes no começo da puberdade. Ele romântico, prestativo, um verdadeiro “gentleman”. Ela linda, sonhadora, a mulher dos sonhos de qualquer homem. Não conseguem viver um sem o outro, precisam se ver, se ouvir, sentirem o cheiro e o sabor da pele. Um é a metade do outro, a alma gêmea tão procurada. Passa um mês, seis meses, um ano, sempre comemoram a data que se conheceram, para eles não há mais dúvidas, só serão mesmo felizes vivendo juntos para sempre.

Ficam noivos, não demora muito e se casam, diante do padre, a promessa do amor eterno. Lua - de mel!!! Agora já não se chamam mais pelo nome, apenas de “MÔ”, uma abreviação carinhosa de “amor”, é “mô” pra lá, “mô” pra cá, logo vem à criança, estão encantados com aquele pequeno ser, o marido mesmo cansado do trabalho acorda nas madrugadas para cuidar do bebê, a esposa trabalha fora, em casa e cuida do filho, o tempo passa, o “mô” já não levanta mais nas madrugadas, a “mô” se duplica para dar conta de tudo. O “mô” agora já não é falado com a mesma freqüência, voltam a se chamar pelos nomes de batismo, começam as brigas, ela pede a ajuda dele, ele diz que está muito cansado para ajudar. O maridão, de saco cheio da rotina, procura outra no trabalho e nas ruas, não importa, quer apenas outros “ares”. A mulher começa a se assanhar para o vizinho, ar de galã, corpo definido, olhos azuis, também não demora muito para se entregar. Em casa são duas pessoas estranhas, não se olham, mal se falam e quando isso acontece, apenas lavam a roupa suja, não se beijam, já não se amam. E quando começa assim, não tem mais jeito o “MÔ” vira “MU”, se traem abertamente, sem escrúpulos, sem respeito.

Ele agora é um “touro”, popularmente “corno”, ela é uma “vaca”, a mulher “traída”, o amor eterno já não existe mais, o “MÔ” AGORA VIROU “MUUUUUUUUUUUUUU...”.

Regor Illesac
Enviado por Regor Illesac em 18/08/2009
Código do texto: T1759896
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