Todas as mulheres de Atenas

Não devemos mirar apenas no exemplo das mulheres de Atenas, mas sim de todas as mulheres do mundo.

Não me recordo de outro ser da face da Terra tão cantado em versos e em prosas.

Todos já falaram, já cantaram, já declamaram, já pintaram as mulheres.

Da Vincci pintou o rosto de todas as mulheres em Monalisa.

José de Alencar perpetuou Iracemas, Divas, Luciolas.

Machado de Assis no seu mais famoso personagem, ainda nos deixa remoendo de dúvidas se Capitu foi ou não infiel.

Martinho da Vila consolou as casadas carentes, solteiras felizes, donzelas e meretrizes.

Roberto Carlos também exaltou as pequenas, as gordinhas, as balzaquianas e as quarentonas.

Erasmo Carlos desmentiu há muito tempo que a mulher é que era o sexo frágil.

Até Rita Lee já a definiu como um bicho esquisito.

Milton Nascimento cantou as Marias.

Chico Buarque as Helenas e Iolandas.

Geraldo Azevedo as moças bonitas.

Caetano disse que vocês eram lindas, mas que demais.

Lampião rendeu-se a Maria Bonita.

Romeu morreu por Julieta.

A arte não teria graça sem a presença das mulheres.

Que graça teria Milton Nascimento cantando João, João ou Chico Buarque exaltando Alfredo, Guilhermes.

Não ficaria legal consolar casados carentes e donzelos.

O mundo seria em preto em branco se as mulheres não existissem com as cores que só elas sabem que existem: magenta, fucsia e outras cores que só elas sabem os nomes e estão nos seus vestidos, batons, olhos, cabelos, esmaltes.

Que mundo sem graça seria sem as barbies, hello kits, penelópes chamosas.

E daí que o trânsito seria mais rápido sem as mulheres?

E daí que as compras dos supermercados e sapatarias seriam mais rápidas?

E daí que não teríamos que disputar o controle remoto da televisão?

E daí que poderíamos jogar bolas com os amigos e chegar em casa tarde todo dia?

Apesar de todas esses ganhos que teríamos, nada compensaria a ausências dessas que nos deram a luz ou você iria querer nascer de uma barriga cabeluda ou colocar a cabeça no colo daquele amigo suado do futebol, quando estivesse triste?

Até nossas brigas com elas têm um sabor diferente, pois a reconciliação é selada com beijos, abraços e algo mais, reconciliação de briga de homens é com tapa nas costas.

Nossas vitórias e conquistas têm mais prazer quando divididos com elas.

Nossas derrotas e dissabores ficam menos amargos quando recebemos seu conforto.

A verdade é que não sabemos viver sem elas que nos protegem antes mesmo do nosso nascimento e acompanham todos nossos passos, pois as mães nos passam paras às namoradas, esposas e estas às filhas, netas.

Por isso que Chico, Milton, Caetano, Roberto, Martinho e todos os cantores, poetas e pintores continuem exaltando não só as Iolandas, as Marias, as Helenas, mas também as Marlúcias, as Amandas, as Marias, as Anas, as Valerias, as Kamilles, as Camilles, as Marlas, as Sandras, as Gracilenes, as Andréias, as Graças, as Claudias, as Ciceras, as Silvanas, as Fernandas, as Luizas, Cristinas, Fátimas, Jaquelines, as Veras e a todas as mulheres com diversos rostos e diferentes nomes tornam nossas vidas mais felizes.