Sem Antídoto

Qual o valor de cada ser humano?

Onde está o valor de cada um de nós?

Na roupa, no carro do ano, na casa com piscina, sauna e quadra de esportes, nos amigos da alta sociedade, etc, etc, etc...

Sim, para muitas, mas, muitas pessoas o valor está em tudo isso e muito mais.

Quem vê cara, não vê coração e atitude.

Imagina, quem iria julgar um médico bem conceituado, cheio de cultura e conhecimentos?

Apenas suas vítimas que tiveram coragem de colocar a boca no trombone, do contrário continuaria sendo o canalha camuflado passando-se por um cidadão de primeira categoria. “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”.

Agora, como não julgar sem direito a identificação, um negro fora dos padrões de beleza da sociedade, próximo a um carro em um supermercado famoso?

Ao nascermos, por lei temos direito a um registro para sermos reconhecidos como um cidadão, do contrário não somos nada. Depois com o tempo adquirimos a carteira de identidade reconhecida em todo território nacional. Mas, o homem é negro e está próximo a um carro, que jamais poderia adquirir por ser negro e com cara de pobre.

O negro com feições brancas e bem vestido, opa, nesse não, pode ser o Barack Obama ou algum jogador de futebol ganhando milhas no exterior, só assim para serem respeitados e olhe lá.

“Mas, esse aí, com certeza tem pelo menos umas três passagens pela delegacia, sua cara não nega Negão”. Palavras de um policial.

Pois é, esse negro que foi espancado sem o menor direito de identificar-se, era o dono do carro e tinha dentro dele sua filha que dormia, portanto, ele aguardava a esposa que estava fazendo as compras, entretanto, não teve o direito de dizer nada disso, ou melhor, disse, mas sua voz foi abafada pelo som das pancadas.

Esse homem que nunca teve passagem pela polícia, voltou para casa ferido não apenas fisicamente, mas com a alma dele, da esposa e dos filhos feriada pelo preconceito.

Por isso eu digo e afirmo:

O PRECONCEITO É O PIOR VENENO QUE EXISTE NO MUNDO E NÃO TEM ANTÍDOTO.

Valéria Cavalcante
Enviado por Valéria Cavalcante em 21/08/2009
Reeditado em 10/09/2011
Código do texto: T1765464
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