SOU CANDIDATA...

Sou candidata e desde já agradeço por você ter disponibilizado pedacinho de seu tempo para ler, não meu programa de governo, não o convencimento de que sou uma boa candidata, não um apelo para que você vote em mim.

Agradeço sim, sua boa vontade de deixar seus olhos percorrer este papel, decifrando o conjunto das letras que aqui se misturam e dão sentindo a um pensamento. Não estou em campanha política. Não posso fazer promessas. Quisera eu dizer que vou construir escolas, que vou direcionar verbas para a saúde, que vou arranjar emprego para todos. Diretamente esta não é minha competência embora seja consciente que fora da função de presidente, de governadora, de prefeita ou vereadora, cabe a mim e a você que como eu somos simples eleitores fazer qualquer coisa, contribuir de alguma maneira para melhor a sociedade que vivemos e que convivemos com mais analfabetos que letrados, mais desempregados que trabalhadores, mas doentes que homens saudáveis.

Sou candidata a vestir uma toga branca. Quero buscar a pureza e a brancura da paz. Quero mergulhar no mundo dos sonhos, onde os homens honestos prevaleçam, onde a palavra tenha força, onde a promessa não seja sonho.

Sou candidata para viajar para um lugar bonito, onde eu posso respirar o ar puro, tomar banho nas água cristalinas, sentir o vento no rosto, deixar o sol queimar minha pele ou banha-las com pingos do céu quando a chuva cair lá de cima; quero apreciar a hora que o sol se guardar e o momento que a lua chegar; quero viver, quero pensar. Sou candidata a contar as estrelas do céu, a escutar o barulho do vento, a ouvir o cantar dos pássaros. Sou candidata a dormir, a sonhar e a acordar.

Acordada, espreguiço-me, deixo a cabeça pensar. Procuro “o candidato”. O candidato político. Aquele que vou votar. Entrego-lhe a minha toga virtual e relembro-lhe o significado do papel que ele incorpora.

Candidato – aquele que pleiteia cargo político. Palavra originária do latim candidatus, que vem de cândido, algo puro e imaculado. Ser candidato político é candidatar-se a um cargo eletivo, em que o cidadão na sua investidura deve estar tão branco e tão puro quanto a sua toga. Esta pureza deve representar a honestidade, a ética e a moral. Na Roma antiga, os candidatos usavam a toga branca para se diferenciar dos demais homens comuns. Velhos tempos!!!

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 26/08/2009
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