O QUE OS OLHOS NÃO VÊEM...

No mundo em que vivemos impregnados de tecnologia, os nossos olhos vêem além do que está ao nosso alcance. O homem não consegue acompanhar todas as mudanças do mundo, geradas por ele próprio se tornando vítima de sua própria criação.

A cada dia surge no mercado uma infinidade de produtos, que quem os consume antes de usá-los já não mais é proprietário de algo de última geração, porque enquanto outros estão prontos para ser lançados, outros estão sendo criados com inovações naquele exato momento. Assim ocorre não só ao se adquirir um automóvel, um computador um celular, mas com outros bens matérias. No campo da medicina, da educação e em todas as áreas as mudanças também acontecem de forma aceleradas, tendo o homem que correr para não ser vencido.

Assim, o homem vê além de seus olhos. O que ele consume hoje sabe que é algo provisório e descartável. Amanhã a televisão plasma está ultrapassada e ele já é candidato a adquirir o novo modelo que estar por vir. É o tal consumismo que é diferente de consumo. Consumismo é ato do consumo sem necessidade e sem consciência, provocado pela influência da publicidade, da propaganda que gera a compulsão.

A sociedade capitalista, a mídia, induz ao homem a esta necessidade intensa ao consumo como se fizesse parte de sua felicidade está acompanhando de forma presente a todas as tecnologias que o mundo lhe oferece. A grande preocupação em adquirir bens materiais gera distúrbios emocionais e psicológicos tornando-o um consumidor impulsivo. Consequentemente este quadro gera um problema social porque o poder aquisitivo das pessoas não permite a atualização deste consumismo que se torna indispensável para elevar a auto-estima do homem e de “ser” diante do mundo.

Seria menos feliz o homem do campo, aquele que reside onde a televisão ainda não está ao seu alcance, uma vez que ele só vê o que seus olhos vêem? Tomar banho no rio, passear no campo, cuidar dos animais, plantar e colher é suficiente para preencher a vida das pessoas que vivem longe do mundo capitalista e não conhecem o conforto que a tecnologia trouxe para “todos”? O que pode querer consumir o homem do campo, aquele que está longe do “progresso” além do que é necessário a sua sobrevivência e ao seu bem estar? Isso o torna menos ou mais feliz?

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 31/08/2009
Reeditado em 31/08/2009
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