DONA DO MEU NARIZ

Eu seria a vítima preferida dos invejosos, não fosse um detalhe mínimo, que não faz diferença: não me importo com o que pensam ou deixam de pensar de mim. Graças a Deus, essa fase já passou.

Isso não quer dizer que eu seja alvo real que desperte a cobiça alheia: ainda não fiquei rica, nem sou miss, muito menos famosa – e famosa considero a pessoa que possui seu nome projetado no cenário nacional e, quiçá, internacional. Âmbito local não vale muito, se considerara que minha cidade possui cerca de 70 mil habitantes. Dizem que quando uma pessoa não pode ser grande, ela tenta diminuir as outras, das maneiras mais sórdidas que se possa imaginar. O que considero aqui é que se realmente valesse a pena, poderia gastar minha energia tentando me defender ou esquentando a cabeça, mas sinceramente não dá. Já faz algum tempo que deixei de me abalar por coisas pequenas e insignificantes.

Isso me faz lembrar de um episódio de uma pessoa que era alguém próximo de minhas relações, embora conhecendo seu caráter, meu contato com ela não passasse de informalidades e sempre bem armada com caneleiras e soro antiofídico. Como a dita pessoa se achava “estrela”, não admitia que ninguém brilhasse mais do que ela. O fato é que eu estava vivendo o meu momento e ela, tentando desesperadamente se segurar ao júbilo e glórias do passado – um passado nebuloso, em que ela gozara de prestígio e muita grana às custas da exploração alheia. Graças a Deus, NUNCA usei desse artifício ou de qualquer outro para vencer. Acredito que ainda tenho muito chão pela frente para alcançar o que almejo – se conseguirei ou não certeza não há... Tudo irá depender do meu esforço, reconhecimento e oportunidades. Talvez consiga mais do que espero ou menos... O que importa é tentar, pois pior é desistir no meio do caminho, sem saber se as perspectivas nos conduziriam a um lugar apropriado. Considero esse o verdadeiro fracasso.

Mas voltando a mediocridade da dita pessoa (acho que pessoa é um termo em desacordo, talvez até um elogio), sei que a indignação em relação a minha pessoa se deu por conta de que não permiti que tirasse vantagem às minhas custas. Isso gerou revolta. Posso dizer que ouvi uma série de barbaridades, que em outros tempos, em um ataque de Amy Winehouse me faria fazer o maior gritedo para me defender. Em vez disso, uma Patrícia zen respondeu: “ – Querida, que pena! Nem sabia que havia te causado algum aborrecimento... Infelizmente, você carregou este fardo sozinha...”.

O que quero dizer, meus caros, é o seguinte: aquele que me combate, fortalece meus nervos e aguça minhas habilidades... Meu oponente é meu colaborador! É assim que passei a ver a vida, em seu sentido literal, menos conotativo. Vale a pena viver.Passei a ser feliz de fato no momento em que deixei de me importar com louvores ou censuras alheias. Deixei de ser vítima das circunstâncias para me tornar autora de minha própria história!

Patrícia Rech
Enviado por Patrícia Rech em 02/09/2009
Código do texto: T1789269
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