Vivências na terra do Tio Sam_ Parte IV

O que você pensa quando se lembra da Cinderela? De um castelo em um lugar de sonhos? De um baile em que o príncipe encontra a mulher amada? De uma mesa com saborosos pratos?

A verdade este lugar existe graças a um homem sonhador. Fica um pouco longe do Brasil em um país em que tenho severas criticas; quanto a política feita para o mundo, através do seu poder bélico. Mas..., foi nessa nação tão belicosa, todavia, em um lugar de paz e sonho, é que foi construído: o Magic Kingdom.

Antes de escrever sobre as nossas aventuras nas Terras do Tio Sam, peço a sua permissão para voltar alguns séculos na história. Então, vamos desacelerar o relógio para retroceder no tempo. E, cá está você, em um dia qualquer do século XVIII, junto aos camponeses. Você percebe o quanto eles trabalham em excesso, e , muitas vezes, uma sucessão de más colheitas, polarizam a aldeia, levando as famílias marginais à indigência, enquanto os ricos ficam mais ricos. Diante destas dificuldades, os “pequenos” (petítes gens) sobrevivem com muito suór! Conseguem trabalho como lavradores, tecem e fiam panos em suas cabanas, fazem trabalhos avulsos e andam pela estrada, pegando serviços. Estamos na França, por volta de 1780, as crianças trabalham junto com os pais, quase imediatamente, após começarem a caminhar, e em pouco tempo, ingressam na força de trabalho adulta, como; lavradores, criados e aprendizes, bem antes da adolescência.

Para os pobres e miseráveis ouvir uma história com castelos, príncipes, princesas, fadas com varinhas de condões, as quais podem proporcionar roupas luxuosas e festas contendo pratos, garfos, mesas com toalhas e sobretudo, muita abundância de carne, só podia ser a maior extravagância para quem somente comia legumes, saladas, e até capim. No conto verdadeiro da Cinderela, ela pede a sua fada madrinha uma mesa farta (porque há dois meses, que ela se alimenta somente de uma cenoura e os seus talos por dia) para somente depois ir ao baile e dançar com o príncipe.

Os contos de fadas são sobretudo uma maneira da satisfação dos seus desejos e se tornam um programa para poderem sobreviver a dura vida desde criança; de trabalho, de miséria, de fome intermináveis e sem limites até o dia de sua morte.

Voltando ao sèculo XXI, e a realização do nosso conto de fadas moderno, lá estamos avistando bem na nossa frente o castelo da Cinderela no Magic Kingdom, a verdade é que volto a ser criança, e, na minha cabeça uma das histórias contadas pelo meu pai está acontecendo em tempo real na rua principal do parque, a rua do castelo, a Main Street. Olho para a minha família e vejo a felicidade nos olhos de todos.

Admiro o tamanho dos cavalos que circulam pelo parque, depois fiquei sabendo eles são da raça percherons e chegam a pesar uma tonelada, e a medir dois metros de altura. Bato palmas de emoção ao ver a charrete passar com os turistas.

Optamos para começar o dia em um brinquedo radical. Mapa nas mãos, e desta vez, o Guilherme os consegue em português, lá vamos nós ao Splash Mountain. Enquanto, o Guilherme vai buscar o fastpass, o Pedroca e a Samira resolvem ir à fila para tirar foto com o Pato Donald. Bom, para não ficar de fora resolvo também, tirar um retrato, ao lado do pato. Com a sua voz engasgada ele permeou a minha infância, através das suas atrapalhadas nas tirinhas dos gibis, recebidos de presente do querido Antonio Marques, o nosso Didi.

Guilherme demora tanto com os fastpass, penso..., logo, recebo a confirmação in loco, o danado foi mesmo dar uma refrescada no splash! Explico. Splash, é um brinquedo radical! Primeiro nos leva a um passeio de barco. No início, tudo bem suave. Lá estamos vendo o coelho Quincas, brigando com o urso, raposa..., e você até pensa que este não é o brinquedo escolhido. Falta adrenalina! De repente, um grande e susto... splash! Uma das quedas mais altas e inclinadas do mundo. Ela alcança 65 quilometro por hora no momento que o carro está caindo. Hip, hip, hurra! É impossível não se molhar. Uma delícia no verão. Viva! Super legal! Pra lá de radical. Saio com o traseiro molhado e os outros, também.

Ainda um pouco atordoados pela emocionante aventura vamos passear de trem, entre as arvores, tribos de indios nos esperam. Mas, nada radical! Bom para descansar e dessacelerar o coração. De família de ferroviário senti muita emoção ao ver a preservação da locomotiva construída em 1928, e dos seus vagões.

Em outro brinquedo, subimos e descemos as escadas para conhecer melhor a vida em uma ilha tropical de uma família suíça que encalhou em uma praia, e construiu uma casa na arvore. Do alto da sua copa a vista para o parque é encantadora.

Mas, no auge da batalha entre piratas é que nos sentimos acuados e com medo de perder a vida. Tiros de canhão passam raspando por nossas cabeças. Piratas por todos os lados se movem entre as casas das cidades caribenhas. Ufa! O nosso barco chega a um porto seguro.

O terror aumenta para os quatro piracicabanos ao passar pelas lápides de um cemitério ao lado da casa mal assombrada. Convidados a sentar em poltronas passam pelo mordomo, um zumbi morto há muito tempo. Por todos os lados sobram cabeças sem os respectivos corpos e ainda falam, fantasmas dançam em um baile macabro, e para deixar os nossos cabelos em pé um fantasma senta ao nosso lado. Socooooooooooooooorro! Quero sair daqui!

Se você tiver opção, NÃO, isto mesmo, não entre na Fantasyland, renomeada por Guilherme como “InfernoKid”. O Pedrinho, muito afim de continuar a brincar correu para o mundo dos choros, fraudas, carrinhos de bebes, mamadeiras, e toda a parafernália que acompanham os pequenos turistas chorões. Bem! E, lá fomos nós aproveitar o máximo alguns brinquedos do tal do InfernoKid!

_Já que estamos aqui quero brincar onde a Hebe brincou!

_ Então, vamos!

E assim, brinquei com o Guilherme, ou melhor, rodopiei em um carrossel de 1917, com noventa cavalos coloridos recuperados pela Disney.

_Mãe tenho fome!

Você sem dúvida vai ter que parar para comer! Esqueça o arroz, feijão, saladas e legumes de montão, massas, peixes, carnes de vários cortes, e tudo o mais da culinária brasileira. Prepare-se, esfomeado amigo; para os famosos e tão conhecidos lanches de hambúrguer, ou cachorros quentes, saboreados com molhos a sua escolha: barbecue, maionese, catechupe, mostarda, ou, você pode optar por ovos mexidos, bacon, hambúrguer, batatas fritas, ou, ainda uma opção menos calórica, e, já com o estomago nas costas, comer em um restaurante chinês, podendo dessa maneira, apreciar tirinhas de carne ,ou ,frango, ou, peixe, a la, shop-suey.

Depois de alimentados, mais brinquedos, estão à espera. À noite as luzes da Main Street se apagam e a parada começa. Um desfile de carros e personagens cobertos de luzinhas coloridas ao som de muita música e alegria. Um espetáculo de fazer até os marmanjos aplaudirem com entusiasmo.

O que você está fazendo? Não, não vá embora! Fique mais um pouco! Tenha paciência! Espere, ainda não acabou. O que vem agora às 22 horas em ponto? Veja, olhe para os céus. Lá, está a fada Sininho sobrevoando o castelo da Cinderela em meio a uma queima de fogos, barulhentos, coloridos de fazer rolar lágrimas no rosto.

Onze horas voltamos para o hotel como príncipes e princesas modernos. Bons sonhos! Obrigada Walt Disney e a todos que colaboram de uma forma ou outra nesta ilha de paz em meio a tanta violência em nosso planeta.