Sete de Setembro

Essa semana fui tomada pelo espírito cívico ao ouvir o Hino da Independência.

Quando chegou ao refrão:

“Ou ficar à pátria livre e ou morrer pelo Brasil”, a minha secretária me perguntou:

__Dona Aline, será que hoje se morre pelo Brasil?

Fiquei sem argumentos, e respondi:

Deixa prá lá quando eu tiver uma resposta certa e u te falo

Estamos chegando ao sete de setembro e lembro-me como era gostoso nos prepararmos para a data máxima de nossa Pátria, íamos todo o dia à tarde para o Colégio afim de ensaiarmos.

Chegava à manhã do sete de setembro e íamos nos reunir em frente prefeitura.

O Mestre de Cerimônia nos levava a refletir que em 1822 D. Pedro proclamava a nossa Independência.

Só fui entender que ele só foi gritar Independência ou Morte por volta das quatro horas da tarde e não de manhã, quando entrei para a Faculdade de História.

Que raiva me deu daquele mestre de cerimônia que nos fez chorar os quatro anos de ginásio tentando nos convencer que naquela manhã de sete de setembro D.Pedro em seu cavalo branco.....

Saíamos então em marcha pelas ruas da cidade orgulhosas de nosso uniforme de gala.

Dá-me até arrepio quando lembro

Única coisa que nunca entrou em minha cabeça é com qual pé se inicia a marcha, com o direito ou com o esquerdo?

Isso sempre me incomodava, pois quando achava que já estava na cadência não do samba, mas da marcha, lá vinha o instrutor me fazer pagar o maior “mico”

Hoje fica muito difícil explicar o sentido de “Morrer pela Pátria”.

A vergonha que está o nosso governo os bate bocas sem cabimentos no plenário tanto da Câmara quanto do Senado, nos levam a sentir que somos trucidados na arena da vida cotidiana como os cristãos na “Arena do Coliseu”.

Fico triste com o fato de nossas crianças quando tiverem a minha idade não vão ter recordações lindas que tenho hoje, para contar para seus netos ou bisnetos.

Aline Sierra
Enviado por Aline Sierra em 06/09/2009
Código do texto: T1795666
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