A MISSÃO DE BARACK OBAMA 


      Nas manifestações ocorridas no mundo todo quando da eleição do atual presidente dos Estados Unidos, ficou bastante marcada a leitura que a imprensa mundial, notadamente a norte-americana, fez do recém eleito: O PRIMEIRO PRESIDENTE NEGRO DA HISTÓRIA DOS ESTADOS UNIDOS.
    
     Como era de se esperar, a comunidade Afro do mundo todo encheu-se de júbilo pois, finalmente, teriam um "irmão" no cargo mais elevado da nação mais poderosa do mundo; esperança, portanto, de um resgate social e moral depois de séculos de ostracismo social, vítima do preconceito dos brancos. A vitória foi mais significativa pois o "irmão" tem nome e sobrenome de origem africana: BARACK OBAMA. Um marco histórico admirável!

     Penso que num mundo globalizado, onde o que predomina é a decisão política baseada em interesses econômicos, devemos ficar atentos com nossas manifestações de cunho emocional, reservando-as para conversas restritas, apenas. Externá-las formalmente pode gerar embaraços futuros, pois podemos nos desapontar ao percebermos que "o messias" se esqueceu de sua origem, governando para a maioria (e a maioria nos EUA é branca!). "Barack não está governando para os negros!" podem pensar alguns... "Ele nos traiu!" podem pensar outros...
     O que se deve esperar de Barack Obama é tão somente uma vontade de governar eficazmente à todos, sem distinção de raça, cor e credo, dentro do programa político do Partido dos Democratas. O fato de suceder Bush, um presidente com baixo índice de popularidade e integrante do partido rival (Republicano), facilita de certa forma a administração de Barack. Porém o desgaste do dia-a-dia inevitavelmente virá e, com ele, as decepções de seus eleitores locais e "eleitores estrangeiros". De forma precavida, Barack formou um gabinete multiétnico, pinçando nomes de americanos (as) ilustres de origem afro, chinesa, mexicana e japonesa (o General que chefia a secretaria de assuntos para Veteranos de Guerra é um nipo-americano).

     Nosso presidente Lula, inclusive, se empolgou com a vitória de Barack Obama pelo simples fato dele (Lula) ter sido um retirante nordestino; nada a ver... Hugo Chávez, o presidente venezuelano, também se sentiu mais à vontade em lidar com Barack por ser, também, um mestiço, descendente de branco/índio/negro. Porém bastou que Barack não cedesse nas negociações envolvendo o etanol brasileiro e negociasse com a Colômbia a instalação de bases militares em seu território para a sua "aura de irmão" se evaporar.  Lula deve estar se sentindo péssimo pois "seu fã" (aquele que o chamou de "o cara") está batendo de frente, não se sensibilizando com os anseios brasileiros! Chávez já está falando em guerra quando se reúne com seus colegas no âmbito da Unasul, temeroso de que as bases norte-americanas na Colômbia sejam usadas para ataques militares contra a sua Venezuela bolivariana...

     Barack Obama é mestiço (sua mãe é uma norte-americana branca) e tem meio-irmãos com sangue amarelo (após o divórcio, sua mãe se casou com um indonésio - amarelo, portanto - tendo outros filhos mestiços). 


 Ann Dunham, mãe de Barack                           Pais de Barack Obama



Maya (meia-irmã por parte de mãe), seu marido chinês e a sobrinha de Barack



     Barack, inclusive, viveu parte de sua infância na Indonésia, localizada no sudoeste asiático. É um presidente "étnica e culturalmente globalizado" e como tal deve ser visto, independentemente de seu sobrenome africano e de sua pele morena. Vendo Obama desta forma, seus simpatizantes no mundo todo, brancos, negros e amarelos, não se decepcionarão com a sua gestão que, com certeza, contemplará somente os interesses econômicos e geo-políticos dos EUA, principalmente depois da crise econômica mundial de 2008.








Nils Zen
Enviado por Nils Zen em 06/09/2009
Reeditado em 12/10/2009
Código do texto: T1795824
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.