Independência e Vida

Descobrir petróleo em pleno século 21, quando o mundo está cansado de tanta poluição parece ser um despropósito. O que, petróleo?

Ora, o ouro negro é coisa do século 19, tempo do bang-bang, em que os poços eram tomados na base do revólver.

Ser emergente dá nisso, em vez de investir em tecnologias limpas, energia eólica, energia solar e outras coisas da era de aquário, voltamos ao petróleo fazedor de guerras.

E nós, emergentes, outrora sub-desenvolvidos, queremos o ganho fácil do petróleo pré-sal, pré-sáurio, petro-saúrio.

E o governo do Lula o quer em regime de emergência, na reedição do sonho do Brasil grande, sonho motivador de mais uma campanha eleitoral em busca do próximo mandato de presidente. E nada melhor do que tal projeto de país grande, independente, vivo, para ganhar mais uma eleição.

Do outro lado a oposição querendo obstruir tudo, paralisar tudo, manter o país congelado, deitado eternamente no esplendido berço do rico pré-sal, a espera de um eleito que valha a pena.

Houve tempo em que no Brasil não havia petróleo algum, que éramos um país subdesenvolvido, um país pouco sério, onde só dava certo o futebol, o samba e o jogo do bicho.

E agora isso, um Brasil grande, cheio de recursos e de possibilidades.

O petróleo, se vier, não precisa obrigatoriamente ser queimado como combustível, o que parece ser o seu destino menos nobre. Poderá, inclusive, ser utilizado como fonte de hidrogênio para o motor do futuro.

Enfim, o mundo teve que dar muitas voltas para aparecer petróleo no país, e para que o país pudesse estar preparado para utilizá-lo adequadamente.

Um país sério, independente e vivo.