O Menino da última fila

Hoje, aqui no nordeste, estar uma manhã ensolarada,muita bonita. Saí logo cedo de casa,fui à feira, comprei hortelã e mel.E ao voltar ,como estou de folga, fiquei vendo televisão; as notícias eram ruins ( como na maioria das vezes), mostravam os vendavais ocorridos no sul do Brasil. Casas destruídas, árvores derrubadas, automóveis arrastados - pela força do vento-, e o pior de todas as tragédias , pessoas mortas,inclusive crianças.A vida , às vezes, assusta;a natureza , tão bela, mas em determinados momentos ,fica violenta, implacável. Dizem que a culpa é do próprio ser humano, que a maltrata, e como essa ação irresponsável causa danos irreversíveis, há um descontrole no meio ambiente, e vêm as agressões em forma de furacões, vendavais, terremotos e tantas outras.No meio dessas coisas tristes , pude, ainda, pensar em poesia; no poeta espanhol Garcia Lorca,cuja vida foi tragicamente encerrada pela força da raiva humana.Há um poema dele, que desde da infância, ( a minha) eu costumo lembrar,em momento assim. "O menino da última fila". Eu não sei o porquê dessa preferência em ocasiões trágicas.Pode ter sido o fato de, na escola, eu também sentar na última fila.E por que a última fila traz lembranças amargas? Talvez porque os primeiros são os melhores, os mais aplicados, os mais inteligentes, os mais bonitos, os saudáveis, os melhores em tudo.E os últimos são sempre considerados os piores, os fracos , os vencidos.Eles servem apenas para fazer graças para os vencedores.Pois é,o menino da última fila.Porém,Deus ampara os que são excluídos . E lembremos daquela frase cristã: os últimos serão os primeiros.Eu acredito, acredito muito, tenho certeza. É uma verdade absoluta. Viva o menino da última fila.

Soleno Rodrigues
Enviado por Soleno Rodrigues em 09/09/2009
Reeditado em 22/02/2012
Código do texto: T1800619