Chove Chuva

A chuvinha banha a cidade de Porto Alegre, e quer saber, eu amo essa chuvinha, chuvinha que dá sono, que dá vontade de ficar em casa fazendo nada bem devagarinho pra não cansar, fazer nada em baixo das cobertas vendo um filmezinho, bem abraçadinho, bem juntinho.Chuvinha boa pra ler o livro que eu ainda não terminei, chuvinha boa pra amar... Não pra escrever, eu escrevo melhor na calada da noite, na madrugada, me inspiro na correria dia-a-dia, ou no meio da noite onde eu acordo com ideias e preciso escrever se não, não durmo tranquila...Minha cabeça é quase uma fábrica de pautas diárias que criam asas nos momentos mais inusitados, inadequados, inexplicáveis.A inspiração é a correria, é o não poder escrever que me dá asas, a palavra não, o proibido sempre atraiu, e o que tem em comum com escrever? Tudo! Tenho vontade de escrever quando não posso, quando preciso dormir, quando preciso trabalhar, quando preciso estudar, quando preciso prestar atenção.Mas o que tem a ver a chuva com isso?

Nada, escrevo porque está chovendo e amo essa chuva, não posso deixá-la passar em branco, desapercebida, como se eu não amasse a minha loucura de simplesmente me deixar cair nos braços dessa chuva, arrastando quem esteja do meu lado e brincando como criança, abro os braços e fecho os olhos, ponho a língua pra fora, quero saber que gosto tem a chuva, já que esse cheiro é tão maravilhoso... Abro os braços e recebo a lágrima divina da natureza...Beijo na chuva é o melhor que existe, abrir os braços e simplesmente esquecer que a gripe vem certo depois, e pensar somente na alegria de estar viva e poder sentir a bênção que vem do céu... Caminhar na terra ou na grama molhada, não existe terapia melhor!

Dia de chuva é sempre um dia especial.Uma pessoa muito especial que me disse quando eu ainda era criança, que chuva era lágrima de Deus, lágrima divina... É vó, não sei onde em que nuvem você se escondeu, mas quando chove, é quase impossível eu não lembrar de ti.