Drummond e a crise do Senado

“E agora José”? Reconhecem o verso? Drummond, um dos grandes escritores do Brasil, como fã eu diria do mundo. Lembrei-me da frase ao estourar uma das infinitas crises do congresso (com letra minúscula mesmo, em protesto) envolvendo o presidente do Senado José Sarney.

Fiquei imaginando, quando a imprensa começou a divulgar os podres do imperador do Maranhão, algum ASPONE (todos conhecem não? Acessor de p... nenhuma) invadindo o gabinete - Sarney tomando a sopinha das três da tarde, limpando o bigode - e largando a fatídica questão: e agora José?

O excelentíssimo, reverendíssimo, eminência parda da literatura entomológica pirotécnica (marimbondo é inseto não é mesmo? Mas... Pega fogo mesmo?) responderia citando o livro que o conduziu a necrópole da literatura pátria (a ABL, para aqueles que ficaram com dúvidas): _ Meu jovem, digo que tudo não passa de terrorismo! E você sabe o que é terrorismo? Pois eu digo: “O que é o terror, raiz do terrorismo? O movimento ou a reação ao movimento? O terror que aterrorizava Xavier era o terrorismo da reação” (para os incrédulos, ler na pagina 55 da referida obra sobre insetos flamejantes). O ASPONE bateria palmas e soltaria “Bravos”, mesmo sem ter entendido patavina, estaria absolutamente tranqüilo que seu cacique continuaria intocado pela justiça dos homens.

Quanto à justiça de Deus, eu a espero, por sorte não sou ateu. Na verdade aguardo o pronunciamento do promotor, dizem por aí que ele é o diabo.

Resta-me lembrar, mais uma vez, do poeta mineiro para compreender a minha posição e a de tantos outros brasileiros: “Sem que eu esperasse, ficaste de joelhos em posição devota”.

O duro é que a picada do marimbondo é de fogo.

CEVDM

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