A TRANSFORMAÇÃO

Há um momento na existência humana que parece tudo mudar. Um momento cuja duração pode ser apenas alguns segundos, como num acidente, até por horas a fio durante um acontecimento qualquer. Nos dois casos o bem e o mal não interferem. Não importa se uma dessas qualidades humana está presente num desses tais momentos. Bom ou mau sempre há um momento na vida que tudo parece mudar e mais cedo ou mais tarde ele acontece. É, porém, como o canto do pássaro azul, que só se ouve uma única vez. É a chance única que jamais se repetirá.

Quando as luzes de uma casa estão acesas, pensamos que há alguém lá. É um sinal. Mas nem sempre há alguém em casa quando as luzes estão acesas. Então esse sinal também serve para que se pense que há alguém em casa principalmente quando lá não há ninguém. Portanto esse sinal pode nos levar a acreditar só no que vemos e não naquilo que não pode ser visto. Lembro da história de um monge Zen. Depois de muitos anos de estudos e de meditação perguntou: quem sou eu? Para sua surpresa uma voz interior retrucou: quem está perguntando?

Não há ninguém na casa iluminada e nem sabemos quem somos. Apenas descobrimos que não se pode ser quem se quer ser sem que para isso os outros permitam. E essa descoberta é que tudo transforma.