Armas não matam. Pessoas sim.

A questão sobre o desarmamento vive acesa em toda a sociedade brasileira. Sempre que se noticia um homicídio com mais uma vítima de disparo de arma de fogo, autoridades diversas passam a rediscutir a proibição ou não do cidadão comum possuir uma arma de fogo.

A questão é que o problema reside nas pessoas, nos seres humanos que utilizam mal, não somente armas de fogo, mas também os veículos automotores, aeronaves, embarcações, produtos químicos, etc...

Uma pessoa, ao dirigir um carro, tem em mãos uma espécie de arma, que atinge facilmente 140 km/h, e que em caso de colisão com pedestres ou outro veículo, é capaz de tirar várias vidas, de uma única vez.

Uma aeronave pilotada por uma pessoa que não obedece um comando ou desliga o aparelho de radar, coloca em risco a vida de centenas de pessoas, seja por queda ou colisão com outra aeronave.

Alguns produtos químicos que são guardados em casa, como inseticidas, ácidos de limpeza (limpa-pedra), tem o poder de matar uma criança ou um idoso em alguns minutos, caso ingerido.

As embarcações que navegam em rios da Amazônia, em péssimas condições de manutenção e com lotação de passageiros acima da capacidade, causam graves acidentes onde várias vidas se perdem de uma só vez.

Armas de fogo não são diferentes.

Uma arma nas mãos de uma pessoa má intencionada ou despreparada para o manuseio e acionamento, certamente torna-se um perigo em potencial.

Acredito não ser a melhor solução proibir o cidadão de bem de possuir uma arma de fogo, contanto que esta esteja regularmente cadastrada e bem guardada em sua casa ou seja transportada com responsabilidade e cercada dos devidos cuidados; sou favorável é que seja instituída uma espécie de CNH para o uso de armas de fogo, com comprovação de curso de tiro, manutenção e manuseio da arma.

A criminalidade cresce vertiginosamente, e os criminosos possuem armas, que em sua maioria, não são compradas em lojas credenciadas, mas sim, são armas que adentram em nosso país pelas mal vigiadas fronteiras, de forma ilegal.

Destarte, a proibição de posse de armas para o cidadão de bem, apenas propiciará que todo o poder de intimidação fique apenas com os criminosos, que terão a certeza de que podem invadir qualquer casa, e que o morador não terá condições de reagir em defesa de seu patrimônio e integridade física, por conta de uma proibição governamental.

Claro, que a arma de fogo é um instrumento perigoso, com poder de matar, tanto nas mãos de um bandido, quanto nas mãos de um policial mal preparado ou de um cidadão sem o devido conhecimento para utilizá-la.

Há de se escolher as pessoas, pois são essas que acionam o gatilho, que bebem e dirigem, que transportam pessoas sem o devido cuidado, que não guardam os produtos químicos em locais seguros.

O ser humano, imbuído de "animus necandi", isso é, vontade de matar, caso não tenha uma arma de fogo, o fará com um elemento perfurante (faca, espada, estilete), contundente (pedra, pau, barra de ferro) ou com as próprias mãos, por asfixia ou outro método qualquer.

O ideal, seria que entre nossa sociedade humana, terrena e racional, não houvesse a necessidade da existência de armas de fogo, nem necessidades bélicas ou estratégicas, que não existisse o crime e nem criminosos e que não precisássemos de polícia, contudo, essa utopia é impraticável.

Enquanto isso, o crime, o contrabando e o tráfico de armas deve continuar proibido e sendo sempre combatido, mas no tocante à posse de uma arma de fogo legalizada pelo cidadão de bem, não existem razões para eventual proibição, contanto que esse cidadão prove estar realmente apto a possuí-la.

BORGHA
Enviado por BORGHA em 14/09/2009
Reeditado em 15/09/2009
Código do texto: T1809936
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