Meu nome é NA-TÁ-LIA!

Eu gosto do meu nome. É um nome simples, fácil e até bem comum. Eu mesma já conheci pessoalmente uma Natália Cristina, que não era eu. Também já coloquei meu nome completo no Google e tive dificuldade em achar um resultado que se tratasse de mim, de tantas Natálias Cristinas de Almeida que apareceram.

Não lembro de ter desejado outro nome na minha vida, nem quando eu era bem criancinha. Na escola nunca tive apelido e, apesar de toda Natália ser Nati, não gostava muito que me chamassem assim. Eu sempre fui Natália, pra minha família e pros amigos, por mais íntimos que fossem.

Hoje, depois de grande e crescida e esclarecida, algumas coisas mudaram. Entendo que chamar uma Natália de Nati não é assim tão ofensivo, é só uma tentativa de parecer legal. Muitas pessoas me chamam de Nati, mas somente as bem especiais conseguem fazer isso sem me irritar. Há ainda quem me chame de Nat (Nati na versão internet). E tenho até amigos íntimos que me chamam de Nati!

Até aí tudo bem. Não custa nada pra uma Natália ser chamada de Nati, se a pessoa que a chama assim o preferir. Mas Nati é o limite.

Quando comecei a trabalhar na escola, a tia da limpeza confundia meu nome, me chamava de Renata. Renata é um bom nome até.

Bem, ela me chamou de Renata por muito tempo, a ponto de eu ser chamada de Renata também pelas merendeiras, pela diretora, pela vice, pela outra secretária e por quem soubesse que tia da limpeza tinha a mania de me chamar de Renata. Eu não ligava, sabia que não faziam pra me irritar.

Um dia fui dar um recado numa sala de aula e um aluno disse 'oi, Natália!'. Antes que eu respondesse, ouvi um outro corrigindo: 'não é Natália, é Renata'. Aí foi a gota, alguém achava mesmo que meu nome era Renata. Renata é um bom nome, mas não é o meu.

Comecei a exigir que ela me chamasse pelo nome certo, se não eu não entregava pra ela as chaves das salas de aula que ela me pedia. Não funcionou muito. Ela chegava a cantar "Renata, Ingrata" pra mim (isso, aquela música do Latino).

Foi só quando eu tomei uma atitude mais drástica que tive algum resultado: ela me pedia as chaves e eu me virava de costas pra ela. Ela queria muito as chaves.

Hoje, depois de quase dois anos sendo chamada de Renata, considero que tivemos uma evolução significativa na nossa relação nominal: agora ela me chama de Natasha...

Natália Cristina de Almeida Souza
Enviado por Natália Cristina de Almeida Souza em 28/09/2009
Código do texto: T1835556
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.