Encontros e Desencontros

É um minuto de atraso, um bilhete não dado, às vezes uma palavra não dita, ou um simples pensamento não sincronizado.

Um passo para trás, o não adeus perdido, uma lagrima escondida. O que de tudo isso fica e o que exatamente não fica. A chamada saudade do que não foi!

Saudade do abraço não dado, do cheiro quase esquecido, do beijo molhado, do afago no colo, e por que não dizer, saudade do nada, é saudade do imaginável...

De tudo o que fica é que caímos sempre nos velhos paradigmas dos encontros e desencontros. Da vontade de dizer e não dizer, de ficar engasgado engolir pra não falar, de desmentir o que tá na cara por medo, por desaforo, de querer ir e não ir... De querer encontrar e desencontrar.

O pior, ou melhor, depende de como cada um vê, é que isso se torna nossa corrente ao passado... Nosso bilhete premiado vencido, acordando e respirando a ressonância do que não foi, do que poderia ser, do que gostaríamos que fosse.

O verbo se metamorfoseia entre passado e o que poderia ser esse futuro. Acorrentados não seguimos em frente, não nos desprendemos ainda, porque para a maioria a culpa recai naquele que não tentou... Naquele, que poderia, mas não fez!

Esquecemos que relacionamentos pelo menos geralmente são feitos por mais de uma pessoa, não existe culpados, existe apenas que cada um tem sua parte no que aconteceu como também no que não aconteceu!

Talvez o ideal seja, tentarmos amar até se esgotar todas as possibilidades... Porque, quer queiramos, ou não, vivemos de tentativas...

Mas se não aconteceu, o melhor é seguir, ter o outro como doces recordações não concretude do que realmente foi, do que realmente aconteceu!

E descobrir que o nosso coração é incrivelmente surpreendente deste que deixemos que ele alcance novos voos!

Cyrlene Rita dos Santos 27/09/2009