Competição e Concorrência

Dois conceitos correntes da vida social.

São mais visíveis na dimensão econômica. Competição sinalizando o processo social entre agentes econômicos e concorrência substantivando os agentes: as lojas de departamento, as revendas de automóveis, etc. Por isso é comum ouvir que a “concorrência está competindo” por novos clientes.

Na análise do processo competitivo é costume se referir a ele como “concorrência saudável, selvagem, desleal, camarada, etc.”. De todo modo, competição é sempre processo positivo, determina melhora das condições da oferta de bens e serviços aos consumidores em geral.

É usual os segmentos econômicos semelhantes se concentrarem no mesmo espaço geográfico: “as garagens da 24”, os “espetinhos da 31”! Tal busca de proximidade evidencia a positividade e a complementaridade do processo competitivo, caso contrário os agentes tenderiam a se localizar em pontos distantes uns dos outros.

O processo competitivo é construtivo, empreendedor, haja visto a eficácia e eficiência do mundo capitalista, onde é valorizado e empregado de maneira hegemônica, sempre se atualizando na forma de fusões, parcerias, intercâmbio.

Nas relações interpessoais acontece a mesma coisa.

A competição entre as pessoas é positiva. Desperta o cuidado pessoal, a melhoria da qualificação, a vontade de cada vez ser melhor, não ficar para trás de um competidor.

O que há de danoso no processo da competição é o seu resvalamento para a competição neurótica. O competidor usa a competição como mecanismo de defesa, seu objetivo é destruir o outro, sem se importar com a idéia de agregar a si os ganhos e avanços conquistados pelos outros competidores.

A concorrência antropofágica em nada contribui para as relações sociais: nem econômicas, nem pessoais!