Jingle Bells

Que vontade que eu tenho de apressar as coisas. Por mim, casava ontem, me formava ontem e já tinha três filhos! Mas não me deixam apressar.

Minha conta no banco, por exemplo, teima em não sair do lugar. Faz tempo que empacou e se não cuido com ela, ainda é capaz de voltar pra trás (sim, voltar pra trás). Minha faculdade, cada vez que pego o currículo pra fazer as contas, parece que leva mais tempo pra terminar. E eu com pressa. Na verdade, vai levar o mesmo tempo que levaria quando eu não tinha pressa, mas essa coisa de que o tempo é relativo é bem verdade.

Quando me convém que demore, passa voando. De quatro dias, dois passam que nem vejo. Tenho que fazer um trabalho pra terça-feira e tenho que cuidar pra não piscar muito porque daqui a pouco já é quarta (e já terei apresentado o trabalho ontem). E uma palestra de uma manhã parece que não acaba nunca mais, só porque eu estou morrendo de sono e lutando contra mim mesma pra não dormir na frente do palestrante. Nesse caso, essa manhã desgraçada é mais comprida que quatro dias juntos.

Uma noite dormindo é muito mais curta que uma noite ficando acordada. Se bem que nunca fiquei uma noite acordada, a não ser quando (como sempre) deixo algum trabalho pra fazer em cima da hora. Mas aí, a noite acordada é curta demais, porque se deixei pra fazer em cima da hora, estou com pressa (o trabalho eu deixei pra última hora, porque há duas semanas eu ainda tinha duas semanas, duas semanas é muito tempo).

Duas semanas é pouco tempo pra entregar trabalho, se tu ainda nem começou a fazer. Mas se o trabalho for fácil, ou pequeno, ou algo que dê pra fazer em menos de duas semanas, então duas semanas é bastante tempo e o trabalho passa a ser relativo. Trabalhos relativos podem ficar pra última hora.

O pior é pensar num tempo que não se sabe quanto é. Aí, não preciso me preocupar se vai passar rápido ou não, porque não sei quanto tempo é. Mas se não sei quanto tempo é, por que acho que tá demorando pra passar?

Meu Deus, já estamos quase no Natal de novo!

Esse tempo voa...

Natália Cristina de Almeida Souza
Enviado por Natália Cristina de Almeida Souza em 18/10/2009
Reeditado em 18/10/2009
Código do texto: T1873665
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