A PEDRA

O pequeno Xim Bi tuá queria ser como os grandes mestres, aos quais admirava com fervor. Por este motivo buscou por um velho eremita, que vivia numa das cavernas nas montanhas que circundavam o vale. Buscava por ensinamentos do velho sábio. Com certa relutância, o homem, tão velho quanto Matusalém, decidiu por ensiná-lo, admirado pela insistência do jovem. Levou-o até o rio, onde lhe ensinaria a primeira lição. Com seu cajado de carvalho, levantava as pedras que repousavam ás margens do grande rio. Encontrou uma de tamanho médio, e deu ao seu discípulo ordenando que a jogasse no rio. Ele fez sem questionar. “Ploft”! A pedra imergiu nas águas barrentas, e desapareceu da visão do jovem. – Volte a me procurar quando esta pedra regressar a tuas mãos. Disse o velho. O Discípulo sem compreender, mais uma vez não questionou, e sentou-se sobre um tronco. Vieram muitos invernos, e tantas outras primaveras, e com elas foi embora a paciência do jovem, que já se tornara um adulto, e nada em voltar a ver a tal da pedra. Quando a tempestade se desenhou no horizonte ele estava decido a partir. Raios, trovões, e chuva intensa caiam sobre seu corpo, e inundavam o leito do rio que se enchia rapidamente, a ponto de iniciar um grande alagamento. Então, quando a água feroz atingiu o frágil corpo, Xim Bi Tuá sentiu um choque. Pegou nas mãos o objeto que lhe atingira, e para sua surpresa, era a tão esperada pedra, responsável por um grande galo em sua nuca, e uma grande lição para sua vida!

Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 29/10/2009
Código do texto: T1893766
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