P R E C I S A - S E

De pessoa, homem ou mulher, de conduta ilibada, mentalmente sadia, com bom desenvolvimento intelectual, íntegra de caráter, autêntica e bem intencionada.

Essa pessoa tem que ser totalmente livre, não podendo ter compromissos de natureza política, financeira ou religiosa, bem como com quaisquer grupos de interesse e organizações que a tornem refém, tem que ser altruísta e disposta a empregar alguns anos de sua vida a uma causa nobre, com todo o empenho de suas forças.

Tem que ser firme em suas atitudes, com capacidade de exercer liderança direcionada para o bem. Ter personalidade e autoconfiança, ser convícto naquilo que acredita e ser exemplar no desempenho de suas funções e no seu comportamento individual.

Deve estar disposta a sacrifícios pessoais e a enfrentar toda sorte de dificuldades e maus hábitos, de qualquer natureza, existentes e arraigados em uma sociedade decadente e descrente em um futuro melhor.

Tem que ter uma larga visão de mundo, formação ou consciência humanística e ser dotada de índole inabalável, capaz de resistir e rechaçar às mais sutís tentativas de corrupção a que estará sujeita no ambiente em que exercerá as suas funções.

Deve saber distinguir o bem do mal segundo o seu caráter. Ser hábil e inteligente o suficiente para afastar-se de pessoas mal intencionadas, egoistas e obscuras, que certamente irão tentar desviá-la dos seus propósitos, corrompendo-a e procurando denegrir o seu trabalho e a sua integridade.

É necessário que tenha capacidade para escolher pessoas com as quais vai trabalhar e a elas confiar missões importantes, mantendo sempre o controle das atividades. Essas pessoas também têm que ser exemplares em seu comportamento, com a mesma disposição de prestar um serviço relevante de utilidade pública.

Deve ter em mente que, a partir de seus atos e de sua postura, todo um povo deverá perceber o seu exemplo de caráter e honradez, desenvolvendo esforços para que esse povo siga o mesmo caminho, com a finalidade de transformar radicalmente uma cultura eivada de vícios, já entranhados nas vísceras de boa parte da população, pelos maus exemplos que recebeu durante gerações.

Não pode essa pessoa deixar-se inebriar por vaidades e deverá ser sempre coerente com o que pensa, diz e faz. Não prometer o que não possa fazer sabendo, de pronto, que os recursos são limitados para o que precisa ser feito e que esses recursos, escassos se não bem utilizados, proveem de uma única fonte: o povo. E, principalmente, empregar esses recursos exclusivamente em benefício da sociedade, com total austeridade e transparência.

Deve estar preparada para receber pressões de toda sorte e saber resistir a elas, com a autoridade alicerçada em sua própria conduta exemplar. Deve ter a capacidade de liderar e participar de um planejamento visando o trabalho a ser feito e, caso necessário, fazer as alterações que, durante o exercício de suas funções, tornem-se necessárias.

Paga-se bem. Além do vencimento mensal, há inúmeras regalias que o cargo oferece. Essas regalias, entretanto, deverão ser reavaliadas, no sentido de que sejam estritamente necessárias ao exercício do cargo, de tal modo a influenciar, no mesmo sentido, outras funções também de interesse público. Essa pessoa incumbir-se-á de revisar as regalias, de acordo com a austeridade do seu caráter.

O trabalho é por tempo limitado a quatro anos, podendo ser prorrogado por mais quatro anos. O pretendente exercerá as suas funções no Palácio do Planalto, em Brasilia, capital do Brasil, a partir de primeiro de janeiro de 2011.

Augusto Canabrava
Enviado por Augusto Canabrava em 09/11/2009
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