BRASIL, O PAÍS DO JEITINHO.

O Brasil é um país sem similares. Tudo que aqui acontece é próprio e único daqui. Tenho pesquisado sobre culturas e tradições de diversos povos do planeta e não me deparei com nada semelhante ao perfil do brasileiro. Diz Roberto DaMatta em seu livro “O que faz o brasil, Brasil?” (Rocco, 1986) que somos o criador do “jeitinho”. O mundo todo fala e conhece o “jeitinho brasileiro”, mas alguns nacionalistas dizem ser isto puro folclore e até arriscam ensaiar um preconceito discriminatório contra a nossa forma de ser. Esse jeitinho nada mais é que a disfarçada autoridade de quem a quer detê-la para se igualar ao poder de quem o tem. Assim, quando alguém, mesmo poderoso, precisa resolver algo com mais brevidade ou imediatismo, procura quem lhe possa oferecer o “jeitinho” e com isso solucionar a questão e aumentar a sensação de autoridade do benfeitor para com o seu beneficiado. Isto nada tem a ver com corrupção mas sim com o prazer de facilitar a situação de alguém face a qualquer contra tempo ou necessidade. Se no Brasil fosse abolido esse “jeitinho” de fazer acontecer, com certeza muitas atividades não funcionariam, acabariam nas formas mais tradicionais da burocracia, pois o hábito está tão arraigado que já faz parte dos métodos para resolução dos problemas de cada um. A grande recompensa para quem oferece um “jeitinho” é ver tudo resolvido e ser o pivô da solução através de sua autoridade em resolver a questão. Um verdadeiro prêmio!

Povo talentoso, comprometido extremamente com a causa justa, pena que escolhe representantes algumas vezes tão corruptos quanto indesejáveis para nos governar e tirarem do “jeitinho” proveitos escusos ao sentido real de sua instituição.

O “jeitinho brasileiro” produto genuinamente nacional e sem custos adicionais.