Coisas do Futebol I

No futebol acontecem muitos fatos, talvez por força do destino ou por outra força maior, que mudam as coisas. Por exemplo, em 1935 veio treinar no Campinas F. C. um moço procedente de Ribeirão Preto. Ele veio, talvez recomendado por algum maquinista da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro que lhe indicou ao Campinas F. C., que ficava nas imediações da Cia Mogiana, em Campinas.

O moço treinou muito bem. Ele era atacante, jogava na meia esquerda. Entretanto, como o Campinas F. C. estivesse bem servido nessa posição, uma vez que dispunha de Daniel e Gambeta, o moço de Ribeirão Preto foi indicado, por um viajante, que residia em Santos, para a A. A. Portuguesa Santista, e foi logo contratado.

Naquele ano de 1935 ele foi considerado a maior revelação do campeonato Paulista. A Portuguesa Santista formou, talvez, o melhor time de sua história, com muitos jogadores que viriam a ser famosos com o transcorrer do tempo. A Portuguesa Santista era assim formada: Rato, Daló e Álvaro; Del Popolo, Arquimedes e Argemiro; Vega, Armandinho, Novercino, o moço de Ribeirão Preto e Logú.

O moço pouco ficou em Santos. Logo foi para o Rio de Janeiro, para onde todos os grandes jogadores eram atraídos. Foi jogar no Fluminense F. C., que dispunha de uma verdadeira Seleção Brasileira como: Batatais, Moisés e Machado; Bioró, Spineli e Malazzo; Pedro Amorim, Romeu, Milani, Tim e Hércules.

Já em 1938, Elba de Pádua Lima, o moço de Ribeirão Preto, foi um grande sucesso na Copa da França, jogando ao lado de Batatais, Domingos e Machado; Zezé Procópio, Martins e Afonsinho; Lopes, Romeu, Leônidas, Tim e Hércules.

Se o moço que veio de Ribeirão Preto tivesse ficado no Campinas F. C. vocês acreditam que ele teria a mesma carreira futebolística. Ele parou como jogador ai por volta de 1947, na Colômbia (com sua liga pirata que atraia os maiores nomes do futebol sul-americano da época) e depois, Tim (o Elba de Pádua Lima) foi ser treinador de grande capacidade. Ficou conhecido como um dos maiores estrategistas do futebol.

Falamos um pouco de “El Peón”, como os argentinos o chamavam, devido aos seus dribles secos e construtivos. Coisas do futebol.

Laércio
Enviado por Laércio em 14/11/2009
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