UMA MULHER CHAMADA "ITA"

“Ita”, era assim que meu pai a chamava, uma redução de Ramonita, que substituía carinhosamente o nome de Ramona, mas somente ele, seu primeiro e único amor ousou chamá-la por esse apelido. Guerreira, amiga e amante, mãe cuidadosa, dona de casa exemplar. Viúva aos 38 anos, em plena mocidade, mulher de rara beleza, com seus olhos verdes, pele branca e seus cabelos louros encaracolados fazia qualquer homem suspirar, mesmo assim sua vida foi apenas dedicação aos filhos e mais tarde aos netos.

“Ita ‘conseguiu disfarçar a saudade, driblou a depressão e a solidão. Às vezes a dor era insuportável e chorava e eu não entendia o porquê. Hoje eu sei que chorar era a sua única arma para enfrentar as dificuldades daquela época.

Oh! “Ita” querida, quanta saudade do seu bolinho de fubá! Aqueles bolinhos que deliciosamente saciava a minha fome e enchia o meu corpo de energia para enfrentar o dia de trabalho. Ita não mudou nada, ainda é a mesma guerreira de outrora, venceu todas as batalhas. Sei que sua felicidade não esta completa- o filho caçula está longe – mas “Ita” sabe que hoje ele é pai e avô e também tem sua cruz pra carregar. Não sei se serve de consolo dizer: o seu ventre foi a fonte de uma imensidão de novas vidas, hoje espalhadas e dificilmente vamos conseguir reuni-las. A vida é assim mesmo, somente a magia do amor nos mantém unidos. Não importa a distância sua imagem estará sempre presente entre seus filhos queridos.

Chiquinho
Enviado por Chiquinho em 21/11/2009
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