CONTE ATÉ DEZ ...

Tem certo dito popular que diz: “Nem Deus agradou a todos”. Muitas vezes a gente esquece este adágio e acredita que as pessoas que nos cercam nos amam de verdade e que estarão conosco na saúde e na doença. Doce ilusão! Pois até o cônjuge que jura diante do altar divino amar e respeitar a sua “cara – metade” até os últimos de dias de vida, raro cumpre a promessa.

A vida é assim! Não podemos reformar o mundo e nem temos uma varinha de condão para fazer ouro de pedra. Mas, o segredo de viver em paz, de bem com a vida, ladeadas de “gente”, que podem ser amigos ou não, mas que contam piadas, nos fazem rir, nos fazem companhia, nos põe a par dos últimos acontecimentos e fingem alegrar-se com o nosso sucesso é saber conviver com as pessoas, levando em consideração o caráter, a índole, a natureza, a maneira de ser de cada uma delas.

Costumo dizer que para cada amigo a gente deposita afinidades diferentes. Na verdade aprendi isso com Saint Exupéry se não me engano no livro “Terra dos Homens”. Assim, temos amigos para uma noite num barzinho, amigos para jogar conversa fora, amigos especiais para uma partidinha de barulho ou mesmo para fazer uma viagem. E o amigo confidente existe? De jeito nenhum, não conte seus segredos a ninguém. Você ficará escravo, de “rabo preso”, refém daquele que sabe algo especial a seu respeito. Não ponha em xeque sua liberdade.

É difícil separar o joio do trigo. É difícil identificar “o amigo” do “amigo da onça”. Às vezes até os verdadeiros amigos “soltam seus monstros” em cima de nós. Na verdade todos temos um lado negro – “os monstros” - escondidinho em nossas vidas. Alguns conseguem dominá-los e eles raramente se soltam. Quando soltos eles atacam quem quer que esteja em sua frente, sem mesmo respeitar a condição das boas relações de amizade.

Portanto, cada situação é especial. Não vale a pena revidar e tampouco ficar descartando “amigos” ou “amigos da onça”. Aprender conviver com cada um é um exercício e os sábios o fazem muito bem. O homem é um ser social, necessita da convivência de seus semelhantes, da natureza, da água, do alimento. O paradigma de que “é melhor viver só do que mal acompanhado” não vale mais nos tempos moderno. Para o homem não viver só, tem que aprender a conviver com seus semelhantes, quer sejam do bem ou do mal. Por pior que seja uma pessoa, alguma coisa boa poderemos sugar dela, além da possibilidade de convencê-la a passar para o lado do bem.

O homem sensato finge acreditar nas amizades, fecha os olhos para não ver a hipocrisia de seus semelhantes, tapa os ouvidos para não ouvir o que dizem de ruim a seu respeito, engole sapo para não dá a resposta merecida e CONTA ATÉ DEZ, para acalmar os ânimos.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 30/11/2009
Reeditado em 01/05/2020
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