RESGATE

Ali estava. Lá permanecia. E, infinitamente ficaria naquele lugar, não me importunassem as pessoas. Com meu pijama velho, cabelo desfeito, esmalte roído e almofadas do sofá.

Perdera a graça, a vida. O silencio calara o riso e emudecera as palavras.

O encanto esquecera-se de mim.

As flores pálidas já não me atraiam. Logo a mim, que as amava em seus perfumes e cores.

Noites de medo, céu interior nublado. Estrelas apagadas!

Infindáveis dias de tédio. Sol que não aquece natureza fria.

Esconderam-se de mim, as manhãs ensolaradas, os raios dourados de sol, o ocaso que fascina; a luz das estrelas.

Calados permanecem a musica leve do ciciar da aragem, o farfalhar das folhas, o canto dos pássaros, o murmúrio do mar.

Cuidados, remédios, resgate. Dias vão.

Novos dias. Com eles a luz banhando a noite interior, abrindo as janelas da alma para as cores, os perfumes, os sons.

Tirei o pijama, arranjei os cabelos, colori os lábios. Vesti uma roupa bonita, tranquei aqueles tristes dias num canto da memória.

Já não me podem importunar!

Rosemarie Spinoso Rossi

Rosemarie Rossi
Enviado por Rosemarie Rossi em 02/12/2009
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