DESEQUILÍBRIOS AMBIENTAIS

Canta um sabiá, um joão-de-barro, um bem-te-vi. Barulho ensurdecedor fazem os pardais. As pombinhas estão quietas ainda. Sinfonia matinal anunciando mais um dia que surge. O céu nublado não justifica muito a alegria da passarada, que feliz ignora o tempo. O sol, pelo jeito, ficará escondido mais uma vez nessa primavera chuvosa. Aquelas belas manhãs ensolaradas, tão características da estação das flores, não aconteceram este ano. A chuva dominou a nossa tão esperada primavera. Até as flores sentem-se estranhas e ficaram meio anãs, com a umidade constante do solo.

O tempo está descontrolado. O verão já se anuncia, e vem em períodos intercalados de sol, nuvens e chuva. As estações parece que mudaram. Não faz mais tanto frio no inverno, não germinam tantas flores na primavera, o outono se transformou num cinzento frio e o verão... Como será o verão? O verão está chegando. Será tórrido, será florido, nublado, chuvoso? Terá características de todas as estações? Pela demonstração descontrolada até agora, é quase certo que podemos esperar que a estação mais quente do ano, seja uma mistura de todas as outras.

A natureza está mudando. O mundo natural está se ressentindo com o toque inconsequente da mão humana. O homem, considerando-se o rei da natureza, fazendo valer a lei do mais forte e inteligente(?), por anos judiou do meio ambiente. Sua veia ambiciosa poluiu rios, devastou florestas, extinguiu certas espécies, lotou a Terra e o espaço de lixos tóxicos. Sim, porque até na órbita terrestre existem toneladas de lixo espacial. Que, segundo os entendidos, já é impossível despoluir o espaço. A continuar assim, em breve não veremos mais um firmamento estrelado...

Até quando irá a ganância do homem? Será que pensam que as fontes são inesgotáveis, que os rios se auto-despoluem, que os animais silvestres não farão falta ao equilíbrio da biosfera? Não precisa ser muito inteligente para ver e entender o que está acontecendo... O Planeta está pedindo socorro, a Terra está adoecendo. Está tudo fora de lugar. Chuvas exageradas, destruição em massa, animais do mato estão invadindo os centros urbanos. Os pássaros silvestres já frequentam nossos pomares. Até os jacarés aparecem em pequenos arroios urbanos. Os incêndios se alastram, o mar se abre e engole cidades. Até cego vê que alguma coisa de anormal está acontecendo.

E não adianta botar a culpa em Deus, pois castigo divino não existe. O "castigo" é provocado pela ação do próprio homem. Que está colhendo, agora, o que semeou durante séculos. O último século foi pródigo em avanço tecnológico desordenado, sem a mínima proteção para com a natureza. E agora ela responde, gritando aos homens que está morrendo. Que, se nada se fizer pelo Planeta, já, corremos o risco de perder essa Terra-Mãe que nos abriga em seu seio, desde que o primeiro vagido humano ecoou por aqui.

Corremos o risco de um novo dilúvio, desta vez mais intenso. Cidades desaparecerão da face da Terra, engolidas pelo aumento sucessivo dos oceanos. Porque as calotas polares estão derretendo. Os cientistas já constataram isso. Icebergs imensos se soltam das regiões polares, resultado do aquecimento global. Aliado a isso, segundo os espiritualistas, o eixo da Terra está se verticalizando. Todos nós aprendemos, lá pela quinta série, que a Terra gira sobre si mesma num eixo imaginário inclinado. Como consequência disso, os polos recebem fraca incidência de luz solar, por isso são congelados. Com a verticalização o sol atingirá diretamente as regiões glaciais, provocando o degelo. Com isso as águas oceânicas aumentarão.

Não é preciso ser Nostradamus para prever isso. E isso nem é uma previsão. É a realidade, é o agora, já está acontecendo. Tomara que o homem aprenda a cuidar melhor da nossa "casa", pois, a continuar assim, seremos, todos nós, sem-tetos, sem lar, sem chão, sem nada.

O que será de nós?

Quem viver verá.

Giustina
Enviado por Giustina em 16/12/2009
Reeditado em 10/01/2014
Código do texto: T1981725
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