De repente 40

Pois é. Amanhã é meu aniversário.

Vou completar 39 anos.

Sabe o que isso quer dizer??

Bah! Até assusta...

Estarei iniciando a minha quarta década nesta vida, como Sabrina.

Digo isto porque, como sou muito interessada, digamos assim, pela doutrina espírita, acredito que nesta vida eu sou Sabrina, mas já devo ter sido Maria, Helena, João, Carmen, Carlos e outras tantas pessoas.

Mas não é sobre isto que quero falar.

Mas sobre completar 39 anos.

Acho que no início da minha quarta década por aqui, está na hora de fazer um balanço.

Ontem estava passeando com minha micro-cachorra quando comecei a pensar no assunto.

O que aprendi em todos estes anos.

Com certeza aprendi muito do que gostaria.

E na porrada, muito do que não gostaria.

Perder a inocência, a ilusão sobre tantas coisas que eu julgava serem diferentes.

Mas quero continuar aprendendo muito mais, mesmo que algumas lições não sejam tão fáceis de aprender.

Aprendi que tenho muito mais a aprender do que a ensinar.

Que tenho que escutar mais e falar menos.

Quando eu tinha 15 anos, minha mãe tinha 40.

Achava que ela era velha.

Agora que vou completar 39, me sinto velha para algumas coisas, mas tão jovem para outras.

Sinto-me um pouco velha (só um pouco!) quando vejo que não tenho mais saco para algumas coisas.

Um dos meus maiores aprendizados foi a de levar a vida mais na brincadeira.

Hoje, me sinto muito mais leve.

Não gosto de picuinhas, mesquinharias, gente emburrada por tão pouco, mau-humor, gente rabugenta ou de mal com a vida.

Acredite, a vida passa muito rápido para perdermos tempo com isso.

Por outro lado me sinto aquela guria que subia em árvores, brincava de jogar bexigudinha nos amigos, de cabra-cega (eu adorava!!) e de Susi.

Sim, na minha época a Susi reinava. E namorava o Falcon do meu irmão. Quando entrei na adolescência é que a Barbie roubou a cena. Eu preferia a Susi. Parecia ter mais personalidade.

Continuo aquela guria brincalhona e que adora inventar piadinhas sem graça!

Ainda me sinto meio menina sonhadora e romântica, por mais que a vida tenha me ensinado que princesas e príncipes encantados só existem nos desenhos da Disney mesmo.

Ainda continuo aquela jovem idealista e acreditando num mundo melhor, por mais que o noticiário nos mostre o contrário.

E acreditando que este mundo melhor começa na casa da gente, e não depende só das decisões dos governantes de seus países.

Que a paz começa quando você evita uma briga no trânsito e não depende apenas de um aperto de mão entre judeus e palestinos.

Aprendi também que o conhecimento é o bem mais valioso que o ser humano pode ter.

E vai com a gente. Mas dá para deixar um pouco dele de herança e até espalhar por aí.

Aprendi a perdoar quem me magoa e a aceitar as pessoas como elas são tentando sempre ver o que elas tem de melhor e não de pior.

Afinal, quem não têm defeitos?

Ah, e aprendi a me perdoar por não ser um modelo de perfeição como um dia eu gostaria, mas a ser esta pessoa com defeitos o suficiente para ser mais interessante do que entediante.

Aprendi a questionar mais, mas ouvir as respostas a estes questionamentos, e não ser questionadora só para contrariar.

E aprendi a “deletar” da memória coisas ruins, afinal elas serviram para eu ser quem sou hoje, mas não para ficar remoendo e me torturando com o que já passou.

Continuo vivendo intensamente e construindo histórias na minha cabeça, pois assim escapo da mesmice e me sinto mais feliz.

E o principal, aprendi que uma das melhores coisas da vida são os amigos.

Da família eu não falo porque eu sempre soube, desde pequena, que a família é tudo na nossa vida.

Mas aprendi que quanto mais amigos eu tenho, mais lições eu aprendo.

E olha que estou só começando...