NUDEZ INVÁLIDA

Quando mostrar nossa verdadeira conspiração? Quando vou vestir alguma roupa? Condição?

Os caracteres disponíveis diminuem conforme vou construindo minha dor, meu medo diante de você, que está onde mesmo?

Falo direcionado, reto, lógico, para cansar...

Você quer me matar não é? Escolha a forma e deforme meu ser, meu mundo, destrua minhas palavras, queime meus sentimentos.

Ainda sonho com você, mas como pode ser?!

Você não vai me matar?!?!

Ando sem roupa pelos mundos das pessoas, estou me mostrando....

Estou pronta para o show de misérias, de derrotas...

Eu tenho medo de você, estou nua, até o vento me fere

Eu tremo quando vejo a sua imagem e não suportaria um tênis

Os meus pés andam com os espinhos

Você passou com um cobertor no inverno?

Eu não tinha onde me aquecer... Estou nua sempre

Pode me comprar um vestido?!?

As pessoas se chocam, correm não olham mais para mim

Sentem vergonha de mim!!!!

Estou nua, mas de nada adianta

Quero que você me mate, vamos!!!! Me faça sentir algo, quero que me arremesse, me destroce... Está bem fácil de me achar. Sou alguém que anda nua, não pode haver mais ninguém nessa cidade de porteiras abertas. Estou tentando quebrar à caixinha. Estou sendo levada para outra prisão, com outras pessoas....

Não quero!!! Você é meu senhor!!! Só posso ser morta por você!!! Quer um martelo para quebrar minha cabeça?! Quer uma lança para furar meu coração?!

Enquanto espero....

Quero cobertor, saias, calças, sapatos, jaquetas, fogo... lareiras.... quero tudo de confortável pra saber como é!!!!!!!!!!

Mas quero tudo isso antes de você me matar, para ter vivido meus segundos finais com você...

Posso morrer de frio, de calor, sem água, sem dono. Humm.... Minha vida de cão!!!!!!

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Estou nessa caixinha de surpresas presa

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Estou no último suspiro de algo mais

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Mas estou com frio, fome, sede... pode me servir?

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Vicio de viver nua, sem requinte, de mostrar minha pele, meu coro, meus sinais, defeitos

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Sou minha, tua, nossa, ainda sim presa nessa caixinha de surpresas.

FLORA DO AR
Enviado por FLORA DO AR em 21/07/2006
Código do texto: T198841