SOBRE RINS E VIAS URINÁRIAS
Pedrinho estava com suspeitas de pedra nos rins, marcou consulta numa clinica da cidade, leigo no assunto quis saber como seria o exame. A resposta que obteve dos questionados supunha algo doloroso.
Chegou o dia... Mesmo com a tempestade que caíra naquela tarde ele estava lá, pronto para suportar as dores. Cumprimentou a recepcionista, sorriu para os demais passantes, ficou a espera na cadeira, enquanto isso, fitava os olhos das funcionárias, à seu gosto, bonitas e elegantes.
A auxiliar pediu para Pedro se sentar mais perto da sala de atendimento, havia uma criança sendo diagnosticada naquele instante e ele seria o próximo; começou a escutar os gritos que vinham de dentro, sua imaginação não parava: isso deve doer muito.
Logo, doutor Abelardo chamou por seu nome, seu coração tremeu (é agora), antes mesmo de se apresentar perguntou se o exame doía. O doutor disse que não.
- Pode deitar, desabotoe a calça e coloque as mãos debaixo da cabeça.
(Danou tudo, as mãos têm que ficar debaixo da cabeça para que eu não esboce reações violentas – pensou).
Dando sequência, o doutor toca sua bexiga e fala que é preciso enchê-la mais, sugere que o paciente tome mais água para estar apto ao exame. Assim Pedrinho fez, tomou uns dez copos d’água; as secretárias continuavam passando e ele constrangido, refletindo a conspiração do universo: por que funcionárias tão bonitas? Deve ser para matar a gente de vergonha; foi quando Florinda sorriu: A bexiga tá vazia né Pedro? Fica andando de um lado pro outro que filtra mais rápido. Pronto! Tímido como ele só, queria ser um avestruz para enfiar a cabeça num buraco.
Passados trinta minutos a bexiga já estava cheia, ele entra novamente... O mesmo procedimento. Abelardo pega o aparelho, passa um gel na barriga do paciente, ultrasonografa o solicitado e diz: Tudo certo!
- Uai, é só isso?
- Só garoto, tudo vai bem, amanhã você pode pegar os exames.